Olá escritores e leitores!
Hoje, temos mais uma leitura de um livro português de uma autora que adoro ler. O primeiro livro que li desta autora foi A Trança de Inês que até hoje é um dos meus livros favoritos. Este não teve tanto impacto como o primeiro que li, mas continua a ser uma boa leitura. Vou contar mais detalhadamente a seguir. Primeiro, vamos à sinopse.
Sinopse:
Aos noventa anos de vida, Camilla decide percorrer os seus diários e contar as suas memórias. A sua história é a de uma mulher que, ainda que às vezes de longe, viu o tempo e os actos mudarem o mundo.
É também a história dos seus três casamentos e do seu único amor. A vida de Camilla é feita de iguais medidas de alegria e desespero.
A sua memória é a de uma jornada de crescimento, desde a inocente casada demasiado cedo à mulher que amou e sofreu e viveu uma vida completa. E a voz de Camilla é fascinante, tal como o é o percurso da sua vida.
É a autobiografia de uma velha senhora que aos noventa anos decide contar a sua vida, incluindo o que ela possa ter de inconfessável. Desde os ambientes à narrativa (que atravessa quase um século de história ) estamos perante um livro adequadamente romântico.
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Opinião
Avaliação
Este livro representa uma autobiografia como nenhuma outra porque é sobre ações e sentimentos inconfessáveis da personagem Camilla S. Sabemos logo que irá casar sempre com homens com a letra S, mas não sabemos com quem e isso torna a história fascinante. Os casamentos começam cedo, aos doze anos já é uma mulher casada apesar de nem ser menstruada. Apesar de a vida não ter sido tão cruel como poderia ter sido, pelo menos nessa altura, penso que este livro faz-nos refletir sobre a mudança de costumes e regras morais ao longo do tempo e também um pouco sobre os casamentos precoces que ainda hoje, infelizmente, são feitos em alguns países do mundo. Penso que este diário é sobre a culpa e arrependimentos da personagem principal e como ela lidou com elas.
Penso que também é uma história de redenção, além de ser uma história de amor trágica, mas por vezes, o amor serve para nos ensinar a ser melhores, não é verdade? Eu penso que sim e penso que também foi o que aconteceu com a personagem que começou só por ser focada nela e no que ela precisava ou queria e ao longo do tempo foi se transformando noutra pessoa.
A escrita é fluída, lírica por vezes, mas que nos envolve na sua narrativa e como é um livro pequeno rapidamente vemos ele acabar e ficamos com vontade de ler mais. Adorei a personagem de Paca pelo seu mistério e misticismo. Todas as outras personagens correspondem bem ao tempo e mentalidade da altura em que se desenrola a história.
Apesar de não ter uma escrita tão impactante como A Trança de Inês este livro não me desiludiu e gostei bastante apesar de não me identificar muito com a personagem principal. Gostei de acompanharmos as mudanças políticas, de mentalidade e tecnológicas ao longo da história que, como é muito natural, é muito focada na personagem principal. Fez-me refletir no quanto o século XX mudou as nossas vidas e na velocidade em que as mentalidades, a política e o mundo muda. É incrível, não é?
Esta autora é, sem dúvida, uma das minhas preferidas autoras portuguesas. A riqueza de sentimentos e a descrição dos mesmos na história fascinam-me quase tanto como os amores avassaladores que desolam os seus romances. Vou tentar ler mais livros desta autora, sem dúvida.
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