A Vidente de Lars Kepler

 Olá, escritores e leitores!

Quem diria que o desafio literário iria ser terminado antes do final do ano, não é? No entanto, eu esforcei-me para isso porque como já vos contei, não sou muito boa a conseguir desafios… No entanto, quando me dedico a alguma coisa, sou mesmo muito teimosa. Ainda juntei este desafio com o de «A ler: celebramos o dia...» que gostei muito da ideia, mas acabei por dar prioridade ao do blogue para o conseguir terminar. Estou ansiosa para ler uns romances que recebi este ano e como já estamos no verão, não há nada como ler um bom romance. A opinião de hoje é sobre um género de livro que não costumo ler. A verdade é que faz muito tempo que não leio policiais e então suecos nunca tinha lido, por essa razão e por ter lido opiniões muito boas sobre estes livros, aventurei-me. Vamos seguir para a opinião para saberem mais sobre o que pensei deste livro ;) 

Sinopse:

«Por todo o mundo, sempre que a Polícia se depara com casos particularmente difíceis, recorre a médiuns e espíritas. No entanto, em nenhum documento figura a colaboração de um médium para a resolução de um crime.»

Flora Hansen diz-se espírita e garante ser capaz de falar com os mortos. Certo dia, ouve na rádio uma notícia sobre o caso de uma jovem assassinada num centro de acolhimento de menores e, na tentativa de ganhar um dinheiro extra, decide telefonar para a Polícia dizendo que o espírito da morta entrou em contacto com ela. No entanto, os resultados da investigação técnica atribuem a autoria do crime a outra das internas, uma jovem sensivelmente da mesma idade, que desde então está a monte.

O comissário da Polícia Joona Linna resiste à versão oficial e inicia uma investigação por sua própria conta. Mas cada nova resposta parece apenas conduzir a um novo enigma e a mais um beco sem saída.

E ninguém se dispõe a ouvir a vidente, embora ela fale com os mortos.

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Opinião

Avaliação: 🌟🌟🌟🌟

Este livro é mesmo um thriller. Sentimos mesmo aquela sensação de inquietude como se estivéssemos a ser observados por alguém que não conseguíssemos ver. Durante todo o livro, não se sabe quem é o assassino, mesmo que as suspeitas apontem para alguém, sabemos quase intuitivamente (ou pela quantidade de livros do mesmo género que lemos) que não é aquela pessoa, e se não é, quem será? Apesar de continuar a ter todas aquelas caraterísticas de um bom livro policial, têm também aquela parte do thriller, de não sabermos bem o que vai acontecer com as personagens e aquela vontade de elas sobreviverem. O que nem sempre acontece, não é? 

Não me lembro qual foi a última vez que li um livro assim, mas este prende-nos mesmo, não consegui parar de ler o livro e como os capítulos são muito curtos, ainda mais difícil se torna largá-lo. Pensamos sempre, é só mais um capítulo, mas quando vimos já lemos mais dez... 

Gostei  muito da ironia e genialidade da escrita quando a vidente, que engana as pessoas para ganhar dinheiro, começa mesmo a ver um espírito. Para mim, essa foi mesmo a melhor parte da história. Lembrei-me daquela ideia de fingir até ser real e comecei a refletir que, por vezes, vivemos a querer e a fingir ser o que não queremos ser realmente. Ainda existem muitas pessoas que vivem muito para agradar os outros ou numa fachada para ser o que pensam que deveriam ser, mas não são. Fingir ser algo que não se é, não quer dizer necessariamente que se deseja ser... No entanto, não se deixem enganar por mim, leiam o livro até ao fim porque as surpresas estão sempre a acontecer e eu não quero fazer spoilers gritantes aqui. 

Bem, está explicado porque este livro é um best-seller, bem escrito, de leitura fácil e rápida com aqui e ali de sabor a outra cultura, como por exemplo em palavras que não conhecemos. 

Claro que poderia ser mais interessante ainda se eu tivesse lido os dois primeiros livros sobre a vida da personagem principal, mas deu para ler e compreender mesmo assim. 

É um livro que nos leva com ele na leitura e não o conseguimos largar até terminarmos. Muito bom para quem adora thrillers e policiais.