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Sete Perguntas, Sete Autores

Quantos autores lusófonos conhece ou já ouviu falar?

Geralmente, compramos livros porque gostamos da história e do autor. Porque simpatizamos com o percurso e as ideias do autor ou até mesmo o admiramos. Por isso, pensei em conhecer melhor alguns autores lusófonos, dos quais já li um livro ou que gostaria de ler.
Penso que também vai gostar de os conhecer melhor e, por isso, pedi a sete autores para responderem a sete perguntas.

Agradeço a participação dos autores! As vossas respostas são uma inspiração. Desejo o maior sucesso para todos!


Espero que gostem e partilhem.



Lara Filipa Seixas


  1. Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritora?
Sou a Lara. Nasci em Dezembro de 1998. Comecei a escrever mais frequentemente por volta dos meus 10 anos e nunca mais parei desde então. Explorei e continuo a explorar todos os géneros literários para saber em qual me encaixo melhor. Com o passar dos anos, nunca parei de escrever. Sempre sonhei em ser escritora mas nunca pensei que esse sonho fosse realizar-se.
A vida correu. Criei o meu Website aos 16 anos com um heterónimo, para esconder a minha verdadeira identidade, e só revelei o meu verdadeiro nome um ano depois, quando perdi o medo de ser criticada. Revelar a minha identidade foi um grande passo para mim, porque me fez entender que a escrita não era um capricho. Eu queria e quero escrever até ao fim dos meus dias. Foi então que eu me candidatei à Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa com o curso de “Línguas, Literaturas e Culturas” e consegui entrar na faculdade aos 17 anos.
Aos 18 anos assinei o meu primeiro contrato com uma editora (Chiado Editora) para editar o meu primeiro livro “ANJO MOTARD”, que acabou por ser um diário muito sofrido sobre o luto e o cancro. O lançamento do meu livro contou com a presença de mais de 100 pessoas. Foi uma surpresa para mim. Cada passo é uma aventura. Hoje, tenho um livro editado (e mais virão), tenho feito apresentações em escolas e continuo a escrever diariamente.

  1. O que a inspirou a começar a escrever?
Acho que a escrita para mim surgiu como um barco num oceano deserto de vida. Eu fui uma criança muito solitária. A hipocrisia irritava-me e, por isso, decidi afastar-me das pessoas em geral. Comecei a ler muito nova. Os livros eram o meu universo. Comecei a escrever um diário. Primeiro, foi como um desabafo num texto de vez em quando. Depois, foi evoluindo e tornou-se algo muito maior do que eu própria. Um desejo incontrolável de escrever mais e mais. Comecei a ler cada vez mais também. Era como um vício. Eu queria estender o meu vocabulário e aprender técnicas com os melhores escritores para tornar os meus textos melhores.
No fundo, acho que o que me inspirou foi a sociedade em que me vi inserida, as experiências por que passei e os livros que li.

  1. Qual o livro que mais a tocou até hoje?
É difícil dizer… Já li muitos livros. Podia dizer “A Sombra do Vento” de Carlos Ruiz Zafón. Este foi o que mais me influenciou porque foi ao ler este livro que percebi que queria escrever para sempre. Ainda assim, não sei se foi o que mais me tocou. Há imensos livros que já me tocaram profundamente. Talvez “O Bom Inverno” de João Tordo. Ou talvez pudesse referir qualquer bom clássico da literatura inglesa, talvez algum livro de Thomas Hardy, Jane Austen ou Virginia Wolf. Também vivi muito Fernando Pessoa. Edgar Allan Poe é um universo paralelo. Podia referir qualquer um dos grandes da literatura e alguns que o mérito nunca atingiu apesar do imenso talento que revelaram. Enfim, as opções são imensas. Não faço ideia!

  1. Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
O meu livro ronda um tema que toca qualquer coração: luto. Perder alguém que nos é próximo tornou-se terrivelmente frequente e assustador para qualquer ser humano. Este livro é um diário muito pesado e sofrido sobre o meu primeiro ano de luto relativamente à morte de um primo que me era muito chegado. Ele morreu de cancro.
Comecei a escrever-lhe quando ele estava em coma. Pensei que ele gostaria de ler relatos do que se tinha passado entre amigos e familiares enquanto ele estava em coma… Mas ele nunca acordou. E eu nunca parei de lhe escrever. Só quando cheguei ao fim desse ano, pensei na hipótese de publicar o diário. Não queria que aquela história passasse em branco numa sociedade cheia de lacunas quanto ao tema “morte”. A morte não pode ser um tabu. Queria quebrar a tendência e queria homenagear o meu primo, Pedro Gonçalves, por isso, editei o livro. E foi a melhor forma de me inserir no mundo da escrita profissional.

  1. Já está a trabalhar num novo projeto?
Estou sim. Estou a trabalhar num segundo livro que, na verdade, já comecei há alguns anos mas foi interrompido quando comecei a escrever o “ANJO MOTARD”. Agora, retomei esse projeto e espero vir a publicá-lo depois de acabar a licenciatura. Até lá continuo a escrever textos e a publicá-los no meu Website e Facebook para atrair novos leitores.

  1. Que dica(s) daria a novos escritores?
Bem… Eu própria sou uma nova escritora, mas acho que diria para nunca desistirem. Os novos escritores (e eu ainda sinto muito isso) são muito subestimados, não sei se pela idade ou por serem novos no mercado. Talvez por ambos os motivos. O que eu quero dizer é que nunca podemos desistir de alcançar os nossos objetivos, porque desistir de um sonho é como morrer e isso nem sequer deve ser uma opção. Lutem sempre e sonhem muito. Isto não serve apenas para escritores principiantes, serve para todas as pessoas.

  1. Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Eu tenho o meu Website ( http://larafilipaseixas.wixsite.com/pedacosdeescrita ) onde podem ler mais sobre mim, os meus eventos e progressos, ler os meus textos e alguns excertos do meu livro também. Tenho também a minha página de Facebook para quem quiser seguir o meu trabalho ou entrar em contacto comigo ( https://www.facebook.com/profile.php?id=100011804282693 ).


Rita Cordeiro

  1. Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritora?
Olá, eu sou a Rita. Tenho 26 anos, sou leitora assídua desde os 8 e escrevo desde os 11 /12 anos. Graduei-me Mestra pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tenho sido professora de estudo acompanhado e explicadora de português, mas a minha vocação é a escrita, disso não tenho dúvidas!


  1. O que a inspirou a começar a escrever?
Não tenho a certeza se foi inspiração, mas comecei a escrever pela necessidade de encontrar a minha própria voz e de escoar as muitas estórias que a minha imaginação está constantemente a criar.

  1. Qual o livro que mais a tocou até hoje?
Esta é difícil... Hum, diria que, em toda a minha vida de leitora, houve uns quantos livros que me tocaram (e ainda só li cerca 234 livros, eh, eh), uns mais do que outros, mas não saberia dizer qual deles me viu a alma.

  1. Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
O meu livro mais recente, na verdade o primeiro, intitulado Este Mundo e o Outro trata-se de uma antologia poética que composta por 93 poemas que retratam, por coincidência, a passagem emocional para a idade adulta, combinada com a descoberta do amor e o louvor à Natureza.

  1. Já está a trabalhar num novo projeto?
Sim. Na verdade, estou a trabalhar em dois simultaneamente: uma colectânea de contos e um romance de fantasia que inicia uma trilogia; porém, nenhum deles tem ainda data prevista para ser apresentado publicamente.

  1. Que dica(s) daria a novos escritores?
Primeiro que tudo, leiam muito e diversifiquem a leitura, porque é a melhor forma de melhorar e enriquecer o vocabulário e assim evitar usar as mesmas palavras repetidamente; segundo, procurem escrever todos os dias, mesmo que seja só para vocês, porque a escrita só se desenvolve se for practicada regularmente, e terceiro, experimentem escrever e ler em diversos ambientes para fomentar a concentração e perceberem o que funciona melhor para vocês.

  1. Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Podem saber mais sobre mim e sobre a minha actividade literária no site:


Ana Ribeiro

  1. Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritora?
Chamo-me Ana Ribeiro, tenho 31 anos, vivo actualmente na cidade de Chaves – bem a norte do nosso Portugal – sou licenciada em Análises Clínicas e de Saúde Pública; mas não exerço. Neste momento, dedico-me em exclusivo à escrita. Gosto muito de ler, de ouvir música, de cinema, de fotografia, de gatos e claro de escrever.
Lancei até ao momento três obras literárias: “Diário de uma Vida” (2011), “Um Amor Inexplicável” (2015) e “Ao Teu Lado” (2017). Em 2013 criei o blogue “EscreViver”, com o intuito de ter um espaço onde arquivar os meus textos e onde falar do meu percurso literário. E tenho textos da minha autoria publicados em três colectâneas.

  1. O que a inspirou a começar a escrever?

Foi com a escrita de diários pessoais, em plena adolescência, que comecei a gostar de escrever; no entanto, a paixão pela leitura também teve uma forte contribuição para o desenvolvimento do fascínio pela escrita. Na adolescência, inscrevi-me no Clube Caminho Fantástico, da Editorial Caminho que semestralmente enviava aos sócios uma revista onde havia pequenos desafios de escrita, participei e venci alguns e isso incentivou-me a continuar a escrever coisas.
  1. Qual o livro que mais a tocou até hoje?
É uma questão algo difícil de responder porque houve muitos livros que me tocaram até hoje; no entanto, vale a pena salientar o livro “A saga de um pensador” do escritor brasileiro Augusto Cury pela forte mensagem e reflexão que nos deixa. Uma leitura que recomendo a todos.
  1. Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
Ao Teu Lado” nasceu de um convite que me foi feito, em 2011, durante a minha participação numa Feira do Livro realizada pelo grupo de Bibliotecas Escolares de Chaves. Nesse convite desafiaram-me a sair da minha área de conforto, na altura a escrita de poesia, para escrever uma história infantil. Inicialmente, eu senti-me algo renitente em aceitar porque tinha plena consciência que não tinha experiência na escrita de prosa, tinha lançado o primeiro livro há duas semanas; para além disso, a prosa é um tipo de escrita mais exigente no que diz respeito à construção de texto, pontuação, contextualização etc. E achava que me iriam faltar as ideias. No entanto, a paixão pela escrita falou mais alto e decidi aventurar-me, longe de imaginar que iria ser uma das histórias mais marcantes deste meu percurso.
Conta a história de duas crianças que cresceram em meios muito diferentes: Ana viveu sempre em Lisboa e Miguel viveu sempre numa aldeia isolada do Alentejo e vem de uma família muito humilde com bastantes dificuldades económicas. Durante umas férias de Verão, Ana e Miguel vão-se cruzar e perceber na amizade o mais importante não é a diferença, mas aquilo que sentimos pelas pessoas e a forma como estas nos fazem sentir. Ana e Miguel vão fintar as diferenças e fazer grandes aprendizagens juntos.
Entretanto, eles crescem, tornam-se adultos e a amizade que une intensifica-se; mas a vida vai continuar a pôr à prova aquela amizade tão forte, nascida na infância. Até que a amizade se transforma num amor avassalador.
Será que Ana e Miguel conseguirão ser amigos para sempre? Esse é o pacto que eles pretendem cumprir.
  1. Já está a trabalhar num novo projeto?
Já há algumas ideias para um futuro novo livro, posso adiantar que será uma colectânea de poesia e prosa; mas ainda não estão a ser desenvolvidas. Nos últimos meses tenho-me dedicado a preparar este “Ao Teu Lado” para a entrada na Amazon, uma vez que foi um trabalho que a editora não fez.
  1. Que dica(s) daria a novos escritores?
Antes de se aventurarem a entregar um manuscrito a uma editora, recomendaria que tirassem o máximo de partido das ferramentas gratuitas disponíveis online: blogues, redes sociais, wattpad etc. De forma a mostrarem o vosso trabalho, não entreguem logo os vossos livros às editoras porque muitas vezes o meio editorial só olha para o lucro e não valoriza o conteúdo e muito menos o nosso trabalho. Depois experimentem primeiro uma edição de autor que vos permite controlar toda a edição do livro e não têm que estar dependentes do trabalho de terceiros e dos possíveis erros da editora na revisão, formatação etc.
Infelizmente, a minha experiência fez-me perceber que o meio editorial é um negócio, há muitas editoras que se aproveitam dos sonhos dos novos autores, fazem muitas promessas para os cativar a publicar, cobram preços absurdos e depois essas mesmas promessas acabam por não ser cumpridas; para além disso, o trabalho é muitas vezes feito sem grande rigor e os livros nem chegam ao mercado. São as chamadas editoras Vanity Press, cujo principal objectivo é publicar o maior número de livros possível, não é feita selecção das obras a publicar, o que interessa é lucro e o impacto destes livros no mercado é muito pequeno ou nulo.
Compreendo que quando ambicionamos muito publicar um livro, nos deixemos levar pelo entusiasmo quando uma editora nos contacta para publicar, já passei por isso; no entanto, é preciso ter cuidado porque nem tudo é um mar-de-rosas como parece. Fica o alerta.
  1. Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho.
Podem acompanhar o meu trabalho no blogue “EscreViver” (http://wrtittenbyanaribeiro.wordpress.com)
No Facebook do livro “Ao Teu Lado”: facebook.com/aoteuladobook 


Sofia Lima

  1. Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritora?
Comecei a escrever ficção aos 12 anos e aos 14 criei o meu primeiro blogue, mais ou menos na altura em que comecei a escrever o meu primeiro livro, Teremos Sempre Londres. Publiquei-o em 2013, aos 18 anos, e no ano seguinte publiquei o segundo, Seja o Que for o Amor. Entretanto licenciei-me em Jornalismo, fiz uma pós-graduação em Marketing Digital e continuei a escrever, mas mais focada em conteúdo para blogues.

  1. O que a inspirou a começar a escrever?
O primeiro conto que escrevi veio de um trabalho que um professor pediu. Foi assim que percebi que gostava de escrever as histórias que já criava mentalmente.

  1. Qual o livro que mais a tocou até hoje?
É muito difícil mencionar apenas um livro, mas num passado recente e relacionado com alguns problemas de escrita, o “A Grande Magia”, da Elizabeth Gilbert, foi o empurrão necessário para conseguir deixar as desculpas de lado e voltar a escrever.

  1. Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
O último que publiquei já foi há quatro anos. Já passou tanto tempo que parece já nem fazer sentido falar dele. No entanto é um romance sob forma de várias cartas, que chegaram a ser publicadas online.

  1. Já está a trabalhar num novo projeto?
Terminei recentemente um e estou a começar a pesquisa e organização de outro.

  1. Que dica(s) daria a novos escritores?
Para melhorarem e se reinventarem precisam de ler muitos livros e de vários géneros e autores. Também é muito importante aprenderem regras de gramática ou reaprenderem. E, claro, escrevam. Escrevam muito, mesmo que no final não aproveitem. Só a treinarem conseguem melhorar.

  1. Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
A Sofia World - www.asofiaworld.com


Teresa Lino Vicente

1. Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritora?

Sou Maria Teresa Lino Vicente dos Santos, natural de Alcobaça.
Vivi nos Estados Unidos da América e trabalhei em Boston no estado de Massachusetts. Actualmente sou funcionária pública no jardim de infância do agrupamento de escolas de S. Martinho do Porto. Trabalho com crianças dos dois aos seis anos de idade.
O gosto pela escrita existe desde sempre, só que escrevia para mim e guardava. Há uns anos fui incentivada por um amigo a publicar os meus poemas/ textos poéticos numa antologia, a partir daí comecei a ser co-autora em diversas antologias e colectâneas. Sou autora do livro “Sonhos e Maresia”.


2-O que a inspirou a começar a escrever?

Escrevia para colmatar muitos momentos de solidão.
Esta foi a forma de falar comigo mesma, de vivenciar tudo aquilo que não consegui ter ou fazer. De conquistar e ser conquistada, de viver paixões e amores nas mais variadas formas de amar, de viajar e poder estar em mais que um lugar ao mesmo tempo, ir para onde o pensamento me levou. Só na escrita eu consigo tudo isso, eu quero, eu faço, eu vou. A escrita é autonomia e liberdade.


3-Qual o livro que mais a tocou até hoje?

"Valsa Lenta" de José Cardoso Pires.
Lembro-me de ter, na altura, um familiar na mesma situação descrita pelo autor, ajudou-me a compreender e ajudar através da descrição que fez sobre o que viveu e quais as formas que utilizou para se superar.
Na poesia, escolho o meu poeta de eleição, Joaquim Pessoa, e como o poema que mais adoro está no “Ano Comum”, escolho este livro.


4- Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?

Sonhos e Maresia, é o meu primeiro livro a solo, editado em junho de 2018 pela Emporium Editora.
São um conjunto de textos poéticos e poemas onde se mistura o verdadeiro com o fictício e se entrelaçam.
Com o mar por perto, salpicando de água e sal todos os momentos em que dei asas aos meus sonhos e os transferi para o papel, mostrei que, podemos idealizá-los só para nós e os que se sonham acordados são sempre sonhos bons e, ali, estão os meus!

5- Já está a trabalhar num novo projeto?

Sim!
Neste momento estou num projecto a três. Eu, outro escritor e um fotógrafo.
Consiste em escrever sobre fotos que o fotógrafo nos vai facultando. Fotos essas dos mais variados temas, tiradas no nosso país e em vários países africanos. A ideia é criarmos algo que descreva a foto. O livro será depois, uma foto, um poema. Queremos editar este livro lá para o final do ano.

6- Que dica(s) daria a novos escritores?

Escrevam!
Escrevam tudo o que vos vai na alma.
Sonhem, vivam, viagem através das vossas palavras e não as deixem na gaveta, mostrem-nas ao mundo.
Mas tenham atenção ao publicarem, informem-se bem onde o fazem e com quem.
Isto é um outro assunto, como se diz, dava pano para mangas.

7-Em que Website/ blogue/ página podemos saber mais sobre o seu trabalho?

Poderão encontrar o que vou escrevendo em Teresa Lino Vicente-Autora, a página que criei no Facebook, para dar a conhecer o que vou fazendo. Entrem nela, leiam e se gostarem… decerto eu irei gostar também.


Graça Aguiar

  1. Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritora?

- Nasci em Lisboa, em Dezembro de 1970. Sou casada e mãe de duas filhas. Profissionalmente sou financeira. Como trabalho a maior parte do tempo a partir de casa, escrever é algo que posso fazer sempre que a inspiração se faz presente. Vivo uma espécie de equilíbrio entre os números e as letras, embora as letras me preencham mais, confesso, pois é através da escrita que me encontro, reconheço e compreendo muitas e muitas vezes. Mas não só, através da meditação, também. Sou uma mulher de “sentires”. Tenho uma sensibilidade extrema a pessoas e ambientes, o que faz com que sinta de forma mais intensa o lado bom e menos bom das emoções – as minhas e as das outras pessoas. Por ser bastante incómodo em determinadas alturas, recorro a esta prática. Há anos que o faço e, o que advém dela é sempre gratificante, pois não só me abre consciência como me oferece novas inspirações para continuar a escrever. Foi mais ou menos assim que nasceu o “Vento do Sul”, o meu primeiro livro, e depois o “Vento do Norte”. Neste é ainda mais evidente a minha sensibilidade, pela forma como vou despindo emocionalmente as personagens, algumas de aparência forte, controlada e dominante, mas que interiormente são frágeis, quando se lhes tira a armadura são tão humanas quanto qualquer outra pessoa! Esse sentir espelha-se também no meu último livro, “Em Quantos Momentos nos Sentimos”. É um livro de pensamentos e poesia cujo título já o vai revelando…

  1. O que a inspirou a começar a escrever?

- Não sei se comecei a escrever por inspiração. Penso que foi mais por “necessidade” de me ocupar. Quando comecei a escrever estava a atravessar uma fase bastante difícil… tinha decidido fechar o meu atelier de alta-costura, por me sentir muito cansada e já sem inspiração para continuar a trabalhar naquela área e, alguns dias após esse acto de loucura, percebi que não sabia fazer mais nada. Aqui começaram a vir à superfície os meus conflitos interiores, que já existiam, obviamente, mas que só a partir daquele momento me apercebi deles. Comecei então a questionar-me sobre o que poderia fazer e foi quando me veio à memória uma conversa que tive com a minha professora de português no 11º ano, em que ela me sugeriu continuar a escrever, a praticar bastante, pois todos os meus textos revelavam um dom natural que não deveria desperdiçar. Claro que não pratiquei nem a escrita tomou qualquer espaço na minha vida, até ao dia em que me lembrei daquela conversa. E aqui, sim, posso dizer que a escrita me salvou de cair numa depressão mais profunda e que desta forma me levou a escrever o meu primeiro livro, embora na época não tivesse considerado mais do que ser uma história engraçada que deixaria para as minhas filhas lerem um dia…

  1. Qual o livro que mais a tocou até hoje?

- Sempre que me fazem esta pergunta fico pensativa, a perguntar-me, qual terá sido, realmente…? Não sei… já li imensos livros, sobre vários temas… mas, a verdade, é que há um que me salta sempre de imediato, portanto, há-de ser este, o “Nunca Desistas os Teus Sonhos”, de Augusto Curry. Lembro-me que, o que me ficou dele não foram as histórias das personagens, foi o tempo!, o tempo que cada uma teve de aprender a aceitar e respeitar para realizar o seu sonho. Por vezes temos pressa, não é?, queremos ver logo o resultado do nosso esforço, do nosso trabalho, da nossa dedicação… mas parece que ele não vem!, que fica ali, preso numa espécie de eternidade! Então, muitas vezes desistimos ou perdemos a esperança… Talvez desistir, em alguns casos, possa ser um acto de inteligência e maturidade, mas quando se fala de sonhos… Os sonhos não morrem mesmo que se desista… eles ficam cá dentro, presos, umas vezes feridos ou amargurados, outras, adiados… mas não desaparecem… Sinto que esta foi a verdadeira mensagem que aquele livro me deixou, dar tempo ao tempo mas não desistir dos meus sonhos.

  1. Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?

- O meu último livro, “Em Quanto Momentos nos Sentimos”, é um trabalho exclusivamente meu, desde o interior à capa. A imagem, não. Essa foi-me oferecida por um amigo, Paulo Brites, que capta momentos verdadeiramente únicos com a sua câmera fotográfica. Este livro é uma compilação de vários pensamentos e poemas que fui escrevendo nos últimos dois anos e que resultou num trabalho bastante peculiar, na minha opinião… Como não o entreguei a nenhuma editora não estará à venda nas livrarias, mas envio por correio a quem estiver interessado em o adquirir.
Aquele que continua a ir de vento em popa é o “Vento do Norte”. Tenho recebido e lido várias críticas, quanto a mim, muito gratificantes. Foi um trabalho de dois anos, que me fez viajar muito para dentro, vezes e vezes sem conta, e que me forçou a fazer pausas, também. Como disse anteriormente, sou uma pessoa muito sensitiva e algumas destas personagens mexeram muito comigo… No final, o resultado foi bastante positivo. As frases que mais leio, relativamente às opiniões dos leitores é: ‘prendeu-me do princípio ao fim’; ‘comecei e não consegui parar de ler’; ‘há muito tempo que não lia um livro que me agarrasse tanto’; ‘dei por mim a chorar e a rir’; ‘identifiquei-me muito com a história’… Mas a frase que me ficou gravada no peito, é uma que guardo desde o meu primeiro livro, de um grande amigo, o Prof. José Fonseca, que já leu alguns milhares de livros e que, logo após ter terminado de ler o “Vento do Sul”, me enviou um e-mail muito bonito, onde terminou dizendo: ‘obrigada por se ter atrevido e… quero mais’. Mais tarde confessou-me ter ficado novamente surpreendido com o segundo livro. Achou que o primeiro tinha sido um golpe de sorte mas descobriu que, não, que o segundo está ainda melhor que o primeiro, o que o fez subentender ser esta a minha forma de escrever e que os próximos certamente prometerão mais…!
Vamos ver…

  1. Já está a trabalhar num novo projeto?

- Já. Neste momento estou com dois projetos iniciados. Dois romances. Um será a continuação do “Vento do Sul” e do “Vento do Norte”, um cruzar dos ventos, onde tudo pode acontecer...! O outro será um pouco diferente, talvez mais arrojado, não sei, uma vez que vai abordar um tema que gera sempre dúvidas e retraimentos em algumas pessoas. Como já é sabido, trabalhei também como terapeuta de Memória Regressiva, o que me está a ajudar nesta fase, como inspiração. Esta história será a viagem constante de uma personagem entre esta dimensão e uma outra onde ficaram retidos muitos dos seus medos, mágoas, dores e outros personagens com quem se está a reencontrar no presente para fazer um resgate. Irei expor a natureza de alguns personagens de uma forma bastante nua e crua, que pode chocar em determinados momentos, mas que não deixará de ser uma realidade humana. O amor, a paixão, as relações continuarão a ser os pontos fortes deste futuro livro. Não sei quanto tempo irei demorar a conclui-lo, mas não tenho pressa. Apenas desejo que nasça algo que valha a pena ler e sentir… o tempo, uma vez mais, é algo fundamental para a maturação de tudo, até para o resultado final de uma história.

  1. Que dica(s) daria a novos escritores?

- Sugiro apenas que escrevam algo que confira consigo mesmo, que sintam ser genuinamente seu e não uma repetição ou uma espécie de cópia de alguém. O que nos torna diferentes não é o mediatismo ou a venda de muitos livros. O que nos torna diferentes é o sentimento que manifestamos naquilo que escrevemos, no que transmitimos, na forma como tocamos quem nos lê. Se o que escrevemos não tocar, não mexer, um pouco que seja, com o leitor, não estaremos a mudar nada nem a fazer diferença alguma, logo seremos esquecidos ou tomados como mais um. E ninguém se sente realizado sabendo-se mais um. Acredito, aliás, que todos temos a nossa própria unicidade. Há que ir ao encontro dela e deixá-la brilhar, independentemente de esse brilho ainda não alcançar os milhares com que se sonha. Tenho um pensamento que diz, “Tudo o que se constrói com bons alicerces, não se ergue da noite para o dia.”

  1. Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Sim, na verdade, tenho vários.
Deixo aqui os links:

Marta…!, muito obrigada por esta entrevista.
E deixo um abraço bem grande para todos os leitores.


Luís Ferreira

  1. Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritor?

Começo por agradecer a oportunidade de poder responder a esta entrevista e de poder colaborar assim com o blog “Escrita Lusófona”.
Falando sobre mim importa referir que desde sempre tive um gosto pela escrita e pelas palavras. Adoro contar uma boa história, daí que me defina como um autor de histórias e não concretamente como escritor. Comecei o meu percurso literário em 2007 com poesia, trabalho esse que originou a publicação de 5 livros, o último dos quais, “O céu também tem degraus”, atingiu o TOP temático de um dos principais livreiros do mercado nacional. Em 2012 realizei o meu primeiro Caminho de Santiago, provocando uma alteração na minha escrita. Escrevi o meu primeiro romance “Entre o silêncio das pedras” em 2013, um dos livros mais procurados atualmente sobre o Caminho. A partir dai o meu interesse pela temática levou-me a proceder a diversos estudos e trabalhos de investigação. Inspirado cada vez mais pelo Caminho, escrevi depois dois livros de autoajuda, com pensamentos/reflexões, um deles em coautoria e mais dois romances, “O Peregrino” em 2016 e agora “A sombra da verdade”, o meu primeiro thriller/policial, dentro da temática ligada ao culto jacobeu, livro esse considerado já uma obra de excelência.

  1. O que o inspirou a começar a escrever?
De certa forma já respondi a isso na pergunta anterior. Em primeiro lugar foi o gosto de brincar com as palavras e de poder contar uma boa história. Lembro-me que já nos tempos de escola tinha esse gosto e essa vontade. Depois foi a envolvência com vários temas, sendo que agora é o Caminho de Santiago que me atrai e me apaixona. Digo sem reservas, que sem escrever não encontro o meu ponto de equilíbrio.


  1. Qual o livro que mais o tocou até hoje?
Para se escrever, temos de ler muito. Ao longo da minha vida, existiram muitas obras que me preencheram como leitor, mas se me pedirem para identificar uma apenas, escolho sem hesitação “O nome da Rosa” de Umberto Eco.

  1. Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
A sombra da verdade” é o meu livro mais recente e o que mais prazer me deu a escrever até hoje, pois é o tipo de história que sempre desejei passar para o papel. É um livro diferente de todos os outros, classificado como um policial/thriller, que me levou a um trabalho de investigação, algo que adoro fazer, de vários meses, inclusive no arquivo do Catedral de Santiago de Compostela (a quem agradeço mais uma vez). É baseado numa lenda, que existe no Mosteiro Beneditino de Santa Maria do Carvoeiro – Viana do Castelo, em que supostamente o Abade Pedro Afonso no ano 1100 terá trazido de Jerusalém a cabeça do Apóstolo Santiago. Dai ter construído toda uma história de ficção, que apresenta aqui e ali apontamentos históricos genuínos, fruto do trabalho de investigação realizado. E se a verdade que descobrimos fosse diferente da história que conhecemos?

  1. Já está a trabalhar num novo projeto?
Para já não! O novo livro tem três meses e agora estou por um lado a descansar, por outro lado a sentir o impacto da obra junto dos leitores e a avaliar o interesse dos mesmos nos meus livros. Costumo sempre dizer, que sou como autor aquilo que os leitores quiserem. Mais do que as palavras “parabéns e felicidades” é importante que os livros sejam lidos, é isso que faz o sucesso de qualquer obra. A sorte é sempre construída com muito trabalho e não apenas com palavras de circunstância. Por isso estou agora numa pausa para reflexão e quanto ao futuro veremos o que nos reserva.

  1. Que dica(s) daria a novos escritores?
A primeira “dica” é acreditar sempre no nosso valor, apesar das dificuldades que existem. Estamos perante um mercado muito difícil, em Portugal infelizmente lê-se pouco e existem poucas, direi mesmo escassas oportunidades, para quem começa. Em cada dia é preciso acreditar no nosso valor e ter uma boa dose de “loucura” para lutar pelo nosso espaço. É preciso insistir e acima de tudo ir ao encontro dos leitores para falar do nosso trabalho. Não podemos pensar que escrevemos um livro e o que trabalho está feito, temos de fazer a sua promoção, ter persistência e não desistir.

  1. Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Na minha página de autor do Facebook em:
Também no meu site:

Conto com a visita de todos e meu muito obrigado por mais esta oportunidade para divulgar o meu trabalho.












Sou blogger e escritora do Wattpad. Comecei a ser blogger para partilhar os meus escritos, mas com o tempo comecei a escrever mais sobre leitura e escrita. Gosto de fugir da realidade para mundos fictícios e acredito que eles ajudam-me a compreender melhor a vida. Não consigo passar um dia sem escrever e sem beber café.

Comentários

  1. Muitos parabéns. Gostei de ler e de verificar a criatividade de todos estes autores. Eu sigo a autora Teresa Lino Vicente que me toca profundamente com a sua sensibilidade e da forma como escreve sobre o amor e os sonhos com maresia.

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  2. Obrigada Marta pela oportunidade, gostei muito. :)

    Um beijinho!

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    Respostas
    1. Eu também, muito obrigada pelo contributo, Ana! Beijinhos

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