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O Reinado das Mulheres de Marta Sousa

 

Sinopse:

Uma mulher que perdeu tudo devido aos homens da sua família, sobrevive a fingir que é homem até ao dia em que descobre um artefacto que vai mudar o mundo para sempre...

Dois séculos mais tarde, um homem injustiçado que procura o artefacto para fazer justiça... O que terá acontecido ao artefacto perdido no tempo? A cada passo da procura, mais misterioso se torna o artefacto e os poderes sinistros que ameaçam o equilíbrio do mundo. Quem terá estes poderes e será que ele os poderá parar? 

Poderá haver mesmo justiça e igualdade entre sexos neste mundo mágico? É o que vamos descobrir no Reinado das Mulheres. 

Ainda em versão de rascunho (primeira versão) e ainda a ser publicado. 


Disponível: 

Wattpad

O que os leitores dizem:

«Muito bom, esse início. Instigante e bem escrito.» DarcioACintra

«Maravilhosa essa historia , Alice parece ser incrível» TheGuardians35

«Continua essa história, por favor, amo histórias sobre nós mulheres, à sua história me deixou alegre sabia» CarolDepaula7

«Uma história leve gostosa de ler, embora o tema, apesar de apresentada de forma aventuresca, seja relevante» LisMegan91


Excerto do livro: 

Capítulo I - O Reinado dos Homens I



Reino Castelo, 1409

Alice estava quase a conseguir. O silêncio pesava na gruta, as gotas de água assustavam o sossego aterrador dos mortos. Havia caveiras e corpos em decomposição, marcas daqueles que como ela vieram atrás do tesouro mas apenas encontraram a morte. A pressão da terra e as marcas de lava do passado eram o suficiente para assustar os menos preparados. Apesar do som das pingas de água e do frio moribundo do local, havia uma total isolação do exterior. Alice segurava-se com toda a força numa rocha, mas esta quebrou-se ficando apenas em metade e ouviu-se o som dos restantes pedaços a cair no abismo. Aquele caminho iria levá-la ao artefacto. A sua primeira conquista!

Todos os homens consideravam-na desadequada e apesar de ter vindo de uma família abastada, o seu pai tinha sido tutor do rei, nenhum desejou casar com ela. «Parece um homem» disse o filho do Conde Lencastre, o seu único pretendente quando o seu pai perguntou porque estava a renunciar ao casamento. A razão de tal resposta só poderia ser por ela vencer a ele numa luta de esgrima em público. Uma luta instigada por ele. Era só uma questão de orgulho ferido. Alice aprendeu esgrima para treinar com o seu irmão, Octávio. Eles tinham apenas um ano de diferença de idade e ele era o único filho, por isso, acabou por ser Alice o seu par. No entanto, acabou por ser melhor do que o irmão e do que muitos homens.



Alice sabia que poderia viver bem sem qualquer homem. No entanto, além de ser desprezada por homens, também o começou a ser pelas mulheres. Ser sua amiga dava má reputação e poderia prejudicar a procura de pretendentes ou manchar a reputação das suas amigas casadas. Quando o seu pai morreu, o seu irmão tomou o seu lugar. Ele pensou em corrigi-la  ao colocá-la num convento. Ela nunca professou qualquer simpatia pela igreja, ou por Deus, ele queria apenas que ela não interferisse nos seus projetos e não tivesse direito da herança do pai. Alice sabia bem onde ele iria gastar o seu dinheiro: em mulheres e jogo! Tudo aquilo corroía-lhe o estômago, o sangue!



Ainda hoje tinha vergonha e repugnância ao lembra-se daquele convento, das freiras e principalmente daquele padre. Eles iam engolir tudo o que lhe fizeram.

Quando fugiu do convento começou a vestir-se como um homem. Foi tão fácil conseguir a roupa, como estava vestida de freira bastou dizer que estava a pedir roupa para os pobres. Ela não tinha uma única moeda, por isso, não fora nada fácil. Ela apenas conseguiu trazer as suas antigas roupas com ela, ao vendê-las conseguiu comida e estadia por uns dias enquanto recuperava e sarava feridas escondidas. Havia outras, mais profundas que ninguém poderia sarar. De seguida, conseguiu trabalho numa quinta. Como não tinha o peito farto e tinha um corpo bem atlético, fazia frente a qualquer homem como igual. Vestida e com o cabelo cortado ninguém conseguia duvidar que ela era um homem.

Só faltava dois metros para chegar ao artefacto. A bola brilhava a inebriá-la com a sua luz e com a sua fortuna escondida. A candeia de azeite parecia fraca comparada com a luz daquele artefacto. Desde que tomou a decisão de fingir que era um homem a sua vida tornou-se outra. Ela poderia ir onde fosse para onde quisesse, sem companhia. Sem conselhos ou tratamento especial. No entanto, a solidão e as batalhas sem fim tinham-lhe marcado a face com um rispidez e uma tez dura e envelhecida. Ela olhava-se no rio e ela não se via. Via o homem que tinha criado.

Alice chegou ao artefacto. Ele estava num pequeno altar, com esforço conseguiu erguer-se pois a rocha estava húmida e tinha os músculos dos braços doridos, as mãos escorregavam, mas tinha de apoiar-se ali para chegar ao objeto. Agarrou o artefacto com ambas as mãos. O objeto brilhou mais intensamente e uma voz profunda e estranha perguntou:

– O que mais deseja?


Sou blogger e escritora do Wattpad. Comecei a ser blogger para partilhar os meus escritos, mas com o tempo comecei a escrever mais sobre leitura e escrita. Gosto de fugir da realidade para mundos fictícios e acredito que eles ajudam-me a compreender melhor a vida. Não consigo passar um dia sem escrever e sem beber café.

Comentários

  1. O reinado dos homens está sempre alicerçado no poder e reinado das mulheres. Que nenhum homem se iluda do contrário.
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    Cumprimentos poéticos.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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    Respostas
    1. Assim seria também se houvesse um reinado de mulheres. É a sua união que faz a harmonia e uma melhor justiça, a meu ver. Obrigada, Rykardo.
      Abraços!

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  2. Cada Mulher tem o seu reinado!
    Gostei bastante. Beijinhos

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