Orgulho e Preconceito de Jane Austen

 

Já estavas a pensar que nunca mais acabava este livro, não é? Eu sei demorei muito, mas fiz de propósito, alonguei a leitura ao máximo porque já faz algum tempo que o li pela primeira vez e é um livro que sempre me deu gosto em ler. Além de me recordar sempre do filme que gosto muito. Ainda estou a tempo do desafio literário deste ano.

Sinopse:

«A chegada de vários jovens marca uma profunda transformação na vida de uma família de classe média rural, os Bennets, e em particular na das suas filhas. Um desses jovens é Darcy, membro da alta sociedade que se distingue pelo seu orgulho. Desenvolve-se uma série de desafios, de equívocos, de julgamentos apressados, que conduzem à mágoa e ao escândalo, mas também ao auto-conhecimento e amor.»

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Opinião

Avaliação 🌟🌟🌟🌟🌟

Só pela intemporalidade deste livro já era capaz de dar cinco estrelas de avaliação. Este e os livros de Jane Austen é que deram vida aos romances que mais gosto de ler e só por isso estou muito grata por eles existirem e terem a popularidade que têm. Este romance refere de temas muito importantes apesar de estarem «escondidos» dentro da trama do romance. Sempre muito bom ler um romance em que as personagens começam como inimigas e depois a sua relação vai melhorando.

Os temas que considero importantes na história são as condições das mulheres, por exemplo, a necessidade de casar. Para nós, agora, pode se pensar que precisar de casar com um marido rico pode parecer um desejo romântico e até interesseiro, mas naquela altura era muito importante para as mulheres. Este livro também mostra o quanto a sociedade era exigente com as mulheres ao nível da etiqueta, a idade, das suas capacidades artísticas e até sobre a família para o casamento. Mas o ponto que ainda considero mais importante de todos, é a herança que não passava para as mulheres e apenas para um membro masculino da família. Podemos não simpatizar com a mãe das personagens principais, mas com certeza, que concordamos que tinha muita razão em querer as filhas casadas e assegurar a sua sobrevivência. Casar era ter a garantia ou não de uma vida assegurada. O parceiro tinha de ter dinheiro, mas também não podia ser agressivo ou ter vícios senão estavam condenadas a uma vida de sofrimento. Até hoje, quem não pensa que quer um marido gentil e sem vícios? E também, como hoje, podemos não precisar de casar, mas precisamos de ter um emprego para ter os nossos rendimentos assegurados, mas também que seja de acordo com as nossas paixões e valores.

Outro ponto que gostei muito neste livro, é a importância do que os outros enquanto sociedade dizem e falam sobre nós e como muitas vezes somos levados por preconceitos e ideias pré-concebidas que todos temos, sem exceção. Quantas vezes ouvimos apenas um lado da história e julgamos, nem que seja interiormente, alguém ou a situação? Isso não mudou através do tempo, mas sem dúvida que as condições das mulheres, sim, e ao ler este livro, faz-me sentir bem e grata pela mudança.

Além de tudo isto, é um romance muito interessante e que nos leva para outra época. A personagem principal, Elizabeth, é incrível como eu gostava de ter a sua capacidade de responder adequadamente a tudo com classe e inteligência. Já Mr. Darcy o seu orgulho e timidez são muito engraçados a partir de certo momento na história. Uma história cheia de reviravoltas e que nos faz sentir bem ao mesmo tempo que nos leva a refletir sobre o papel da mulher naquela altura e na atualidade. Recomendo.