Este é um dos muitos livros que já tinha lido, mas que nunca cheguei a escrever uma opinião para o blogue. Estes livros não foram escritos por Osho, são uma compilação de vários discursos transcritos do autor que podem ser encontrados também no Website da fundação criada em seu nome e podemos assistir a algumas das suas palestras no Youtube. No entanto, eu gosto mais de ler os livros, são organizados por temas. Voltei a ler este livro para alterar a meditação que faço normalmente, quero aprofundá-la e as técnicas que ele ensina que são muito interessantes, especialmente a Zazen.
Sinopse:
Neste guia essencial, Osho revoluciona o conceito de meditação, demonstrando que não se trata de uma prática separada da vida real. Na sua essência, a meditação é simplesmente a arte de estar consciente relativamente ao que se passa em nós e à nossa volta - depois de dominarmos esta arte, ela pode acompanhar-nos para todo o lado. Meditação - Primeira e Última Liberdade é um guia prático e acessível com diversas técnicas de meditação, incluindo a Meditação Activa, a Meditação Dinâmica e a Meditação Kundalini, todas criadas por Osho. Este é um livro indispensável para todos aqueles que desejam aumentar o seu nível de energia física, o seu vigor mental e a sua presença espiritual, através dos prazeres da meditação.
Opinião
Quando digo que a vida é dialética, quero dizer que a vida se move com o oposto, não numa linha. Ziguezagueia do negativo para o positivo, do positivo para o negativo, do negativo para o positivo.
São estas as três coisas: a descontração, observação, ausência de julgamento, e, muito lentamente, desce sobre ti um grande silêncio.
Quem faz meditação sabe o quanto os pensamentos conseguem interferir e levar-nos com eles em vez de os observarmos, silenciá-los, então, é quase impossível, não é? Apesar de parecer que ele pede para que façamos silêncio de pensamentos nas nossas meditações, não é isso. É ser testemunha dos seus pensamentos, sentimentos e reações. Nem sempre é fácil, por isso, ele deixou-nos as meditações dinâmicas. Uma vez que as fazemos se não enraizarmos bem podemos ter a sensação que andamos nas nuvens de tão leves. No entanto, andar nas nuvens ou fugir para outra realidade não é o objetivo da meditação. É completamente o oposto. É ser testemunha de quem somos e da nossa vida e existência. Sinceramente, ainda estou a tentar chegar a esta observação, o que é um primeiro plano para posteriormente viver com não-mente, em que utilizamos a mente quando precisarmos, como Osho incentiva a chegar.
Dentro de si existem preconceitos, que analisam tudo o que passa pelos seus ouvidos. Evitam tudo o que seja contra os seus preconceitos, e permitem apenas os que os corrobora.
O silêncio de pensamentos na meditação não deve ser um esforço, mas sim, algo que se pode conquistar pelo hábito. Podemos esforçar-nos a não pensar, mas isso só nos fará pensar mais. Afinal, quando lutamos muito contra algo, conseguimos apenas o oposto como a famosa citação indica: «o que resiste, persiste». E também porque vamos estar nos a julgar por não conseguirmos chegar a esse silêncio, ou quando um pensamento surgir não vamos testemunhar apenas julgá-lo. Por isso, a meditação é o hábito de observar sem julgar e uma vez que consigamos fazer a nós, mais facilmente conseguiremos fazer aos outros. Parece fácil, mas na verdade é difícil ouvir e ver os outros, sem ser pelos filtros das nossas ideias pré-concebidas ou ensinadas.
Tem de trabalhar, mas deixe os resultados a cargo de Deus. Nada na vida jamais se perde, principalmente os passos em direcção à verdade
Já experimentei várias meditações indicadas neste livro, mas não todas, existem algumas que não me imagino a fazer como a do rodopio por exemplo. No entanto, a Zazen, a Gibberish e as meditações de luz e escuridão são fáceis de simples de fazer. É um guia muito completo de meditações para todos os gostos.
Lembre-se disto: nada pode existir sem o seu oposto.
Voltando à dualidade. «Nada pode existir sem o seu oposto» é uma ideia que tão facilmente rejeitamos, queremos apenas o bom, a luz e o conforto não é? Quando fiz a meditação da escuridão fez-me impressão por estar tão habituada à ideia de fazer meditação com imagens de luz, que sentir a escuridão e olhar para a escuridão realmente foi algo novo para mim.
O conhecimento nem sempre é bom. Deve desdobrar-se lentamente, à medida que a sua capacidade para o absorver cresce.
A primeira vez que li este livro, penso que tinha um ponto de vista mais superficial e não tão ligado às minhas experiências em meditação. Agora, parece que o livro mudou, no entanto, quem mudou fui eu que sou capaz de ver significados que anteriormente não vi. Já te aconteceu isso nas tuas releituras?
O “eu” não pode descontrair. Existe através de tensões. Criará novas tensões; fabricará constantemente novos problemas.
Aconselho a todas as pessoas que gostam de meditar e que procuram saber mais sobre várias formas de fazer esta técnica milenar que além de fazer tão bem, ajuda-nos a ter o nosso coração em paz. Aconselho também para pessoas que não se importem a despender tempo nas suas meditações porque estas são mais longas (as mais curtas têm a duração de vinte minutos) e requerem hábito para conseguir uma maior compreensão. No meu caso, consigo dar mais valor a este livro agora do que quando o li pela primeira vez.
Somente um mestre de si próprio pode transcender a angústia.
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