Nasci numa família em que o gosto por fazer algo é o mais importante. Se não se gosta, não se deve fazer ou se tivermos que fazer que façamos rápido e a ocupar o menor tempo possível. Por isso, desde muito nova que quis estar apaixonada por algo, quis saber o que fazer (apesar de como todas as crianças querer fazer todas as profissões e mais alguma) o que me conquistou durante mais tempo foi o jornalismo. Queria ser apresentadora de televisão como via nas notícias, porque pensava que os apresentadores eram bonitos e elegantes. No entanto, ser jornalista foi se esfumando ao mesmo tempo que uma nova paixão começava: a natureza. Adoro a natureza e estar na natureza e nem as alergias conseguem-me parar de gostar de andar e de querer trabalhar num local onde a natureza seja visível. Demorei muito tempo a compreender isto, pensei que eu queria salvar a natureza, trazer a natureza para as cidades. Impedir os abusos da humanidade contra ela. No entanto, essa era uma paixão, uma ideia com que concordo e dou valor. Não um gosto-de-fazer-algo porque só envolvia ideias e não ações.
Claro que quando não sabemos por onde começar, é uma boa ideia começar a pensar naquilo que nos divertimos a fazer, como por exemplo passear, ouvir música, ver filmes ou ler livros. Podemos pensar que queremos ser guias turísticos só porque gostamos de passear e da cidade onde moramos, mas quando vemos que não gostamos de repetir sempre o mesmo trajeto e as mesmas informações, o que podemos fazer? Precisamos de descobrir o que gostamos na prática e isso, por vezes, leva a experimentar várias atividades diferentes.
Assisti, já faz algum tempo, a série asiática Pretty Proofreader (traduzindo «revisora bonita» que vi no Viki legalmente e gratuitamente, mas que, infelizmente, tirou a licença para o nosso país) e quando esta chega ao fim, explica bem o que quero dizer. Agora, vou fazer um resumo da história com spoilers por isso quem quiser ver sem saber a história não leia: Ela queria ser editora de moda e pensava que era isso que a iria fazer feliz e que seria o seu dom porque ela adorava a revista. Depois de sete anos a candidatar-se, apenas conseguiu entrar como revisora da revista. O que ela aceitou com a esperança de um dia vir a ser editora. No entanto, quando ela chegou a ser editora, passava as noites a sonhar com o tempo em que era revisora. Quando acontece uma crise no trabalho, ela volta a fazer revisões, e ao fazê-lo, ela compreende que o que ela gostava mesmo de fazer era ser revisora e não editora. Ela ainda adorava a revista, moda e tudo do que se tratava, mas o que ela gostava de fazer na prática era rever e não ser editora.
Como compreendi isso, nada poderia traduzir mais o que eu sinto em relação ao ambiente e à natureza. Eu adoro e tento respeitá-la ao máximo, mas o que eu gosto mesmo de fazer é escrever.
E tu, o que gostas mesmo de fazer?
Imagem retirada de um vídeo de apresentação de Pretty Proofreader |
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