Olá, escritores e leitores!
Este é um livro muito diferente dos
que costumo ler ( no entanto, irá para a categoria de não-ficção no meu desafio literário),
como podem verificar ao lerem as minhas opiniões no blogue. Confesso
que quando comecei este livro, pensei que fosse como o filme, uma
história similar, mas com mais detalhes. No entanto, o livro
surpreendeu-me pela positiva. Propus-me a ler este livro para
celebrar o dia da liberdade. Na altura, não tinha compreendido o
quanto este livro é indicado para este dia, mas é muito mais do que
eu pensava mesmo sem sair de casa senti-me a viajar pelo Tibete e em
liberdade total.
Sinopse:
No início da Segunda Guerra Mundial, Heinrich Harrer, cidadão austríaco, alpinista famoso, foi capturado pelos ingleses durante uma expedição aos Himalaias. Internado num campo de prisioneiros na Índia, conseguiu fugir e, viajando a pé em pleno Inverno, logrou chegar a Lassa, a cidade proibida do Tibete.
Aí permaneceu sete anos; aprendeu a língua e tornou-se um profundo conhecedor do Tibete e dos tibetanos. Amigo e preceptor do então jovem Dalai Lama, acompanhou-o até à Índia aquando da invasão do Tibete pela China comunista.
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Opinião
Avaliação:
★★★★
Quando comecei a ler este livro, o primeiro aspeto que me atraiu foi a força de vontade e desejo de liberdade do autor. Ele mostra bem, durante todo o livro, o seu espírito livre que apenas tem desejo de conhecer mais o mundo e se aventurar. Senti logo que estava a ler o livro certo para celebrar o 25 de abril. Só os esforços que ele teve para lutar contra ficar num campo de concentração, foi para mim incrível. Ao contrário do que se vê no filme, através do livro, conhecemos muito mais o Tibete as suas terras, pessoas e cultura. O autor vem para este país como fugitivo do campo de concentração, por isso, como qualquer viajante que não sabe a língua e que tem medo de se comprometer, observa muito atentamente tudo neste novo país e as caraterísticas do seu povo. É muito mais um livro sobre viagem do que político, a meu ver, muito diferente do filme. Todos sabemos que os filmes não podem ser como os livros, não é?
A partir de certo momento, entramos num novo «mundo» chamado Tibete, em que o autor é o nosso guia. Adorei as descrições sobre os locais, as pessoas e, especialmente, as caraterísticas culturais. O autor conta toda a sua jornada desde quase pedinte e imigrante ilegal até se tornar empregado do estado no Tibete. Por isso, o livro dá-nos a conhecer desde os membros da cultura mais humildes aos mais importantes, incluindo o Dalai Lama. Desta forma ficamos a conhecer bem esta sociedade tão diferente da nossa, e, ao mesmo tempo, com semelhanças à sociedade que já tivemos no passado, e ficamos a conhecer alguns dos seus trajetos históricos principalmente sobre os conflitos com a China. Fiquei muito curiosa sobre o livro sagrado budista tibetano que é referido na história.
Conhecer uma nova cultura é sempre alargar os nossos horizontes, a ver outras formas de pensamento também nos faz pensar e ver a vida de uma forma diferente. Por exemplo, quando o autor refere-se em certos aspetos em que os recursos do país poderiam ter sido mais explorados, pensei como o nosso pensamento ocidental quer sempre extrair tudo até não haver mais. Extrair apenas o necessário da natureza, como os tibetanos faziam e dar tempo para ela rejuvenescer é o pensamento que considero mais certo. No entanto, sei que li este livro com uma consciência ambiental que na altura em que foi escrito não existia.
Quando já estamos rendidos e apaixonados por esta cultura (pelo menos, no meu caso) vemos ela ser destruída pela invasão e conquista de outra nação. Após de um livro inteiro a respirar liberdade e aventura, fiquei com o meu coração triste com este final, apesar de já ser esperado. Fiquei feliz por não descrever, como no filme, os acontecimentos que se seguiram quando o país ficou entregue aos governantes da China.
Para finalizar, quero acrescentar que o autor descreve a cultura tibetana de uma forma clara, sem a tornar bela e que demonstra também as suas falhas e lados negativos. Adorei a escrita e a fluidez da narrativa.
Este livro é importante ler para não nos iludirmos que infelizmente mesmo hoje em dia, « os ganhos materiais são mais importantes do que os Direitos do Homem», como diz o autor, não apenas no Tibete, mas em muitos países, não só em questões culturais, mas também ambientais e de trabalho.
PS: Bom 25 de Abril! Espero que tenham um dia cheio de liberdade :)
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