Olá, escritores e leitores!
Feliz Dia do Livro. Quem leu o meu último artigo no blog, sabe que estou a participar no desafio A Ler... Celebramos o dia. Para este dia tão especial, escolhi este livro por estar relacionado com livros. No princípio, foi apenas porque sabia que conta a história sobre uma personagem que queima livros. Agora, vejo que está muito mais relacionado com livros do que eu pensava. Antes de ler ouvi falar muito bem deste livro, alguns até se referem como o seu livro favorito. Bem, posso dizer que gostei muito dele e da sua mensagem e sinto que é uma leitura necessária, especialmente para quem não gosta muito de ler.
Sinopse
Guy Montag é um bombeiro. O seu emprego consiste em destruir livros proibidos e as casas onde esses livros estão escondidos. Ele nunca questiona a destruição causada, e no final do dia regressa para a sua vida apática com a esposa, Mildred, que passa o dia imersa na televisão.
Um dia, Montag conhece a sua excêntrica vizinha Clarisse e é como se um sopro de vida o despertasse para o mundo. Ela apresenta-o a um passado onde as pessoas viviam sem medo e dá-lhe a conhecer ideias expressas em livros. Quando conhece um professor que lhe fala de um futuro em que as pessoas podem pensar, Montag apercebe-se subitamente do caminho de dissensão que tem de seguir.
Mais de sessenta anos após a sua publicação, o clássico de Ray Bradbury permanece como uma das contribuições mais brilhantes para a literatura distópica e ainda surpreende pela sua audácia e visão profética.
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Opinião
Avaliação: ★★★★★
No princípio, pensei que fosse uma distopia de um plano paralelo onde a Alemanha tinha ganho a Segunda Guerra Mundial, mas com o avançar do livro, vi que é muito mais do que isso. Primeiro, quero dizer que o autor escreveu este livro em 1953, nessa altura ainda mal havia computadores, Internet ainda devia ser um sonho ou apenas um projeto futuro, e a televisão era recente. A visão que ele tem dos comportamentos das pessoas no futuro: o fascínio apenas pelo que traz alguma prazer e alegria; a fuga da dor; a ideia que somos inteligentes pela informação que gravamos na nossa mente em vez de como a processamos; entre outras. Está tão próxima com a nossa realidade atual que não pude deixar de ficar de boca aberta para a perspicácia do autor.
Claro que não foi apenas isso que me fascinou neste livro, houve tantas que são difíceis de enumerar, mas vou tentar. Outra visão que este livro transmite e que sinto que ficou marcada em mim, é o que ele fala sobre os livros, e a sua importância, e sobre os escritores. Sobre o que acha importante nos livros e o que os livros nos trazem. Mais do que isso ele fala como nos salvar desta sociedade do imediato, da fuga de tudo que é desagradável e de conversas vazias. A importância da natureza e de pararmos apenas para pensar e processar o que vivemos e sentimos. Para reforçar esta ideia (e o que me fez apaixonar pelo livro nas primeiras páginas) existe uma descrição tão detalhada da natureza que rodeia a personagem, todas aquelas sensações que nos fazem sentir como estivéssemos ali ao lado da personagem, a sentir e a ver o que ele vê.
Penso que é bastante interessante a ligação entre uma ditadura (se não é, assim parece) e a manipulação dos media que são descritas no livro. As personagens preferem não ver e não querer ver porque traz dor e desconforto as coisas que estão erradas naquela sociedade. Assim como, as personagens que fazem perguntas e enfrentam esse desconforto são alvo das outras e do governo na primeira oportunidade. A forma como é descrito está chocante e ao mesmo tempo sentimos que podíamos ser aquelas personagens que só veem o que os outros querem que elas vejam.
No entanto, quando cheguei ao fim tive a clara perceção que no início do livro estava certa em ligar esta história à Segunda Guerra Mundial. Ao pensar no final, pensei que este livro foi inspirado nos acontecimentos dessa guerra e aos sentimentos que causou ao autor.
Compreendo porque este livro é um grande sucesso e, sem dúvida, uma história que recomendo a leitura, pelo menos, uma vez na vida. Gostei bastante.
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