Compramos livros porque gostamos da história e do autor. Porque simpatizamos com o percurso e as ideias do autor ou, até mesmo, o admiramos. Quantos autores lusófonos conhece ou já ouviu falar? Pensei em conhecer melhor alguns autores lusófonos para isso pedi a sete autores para responderem a sete perguntas.
Este é o segundo artigo de entrevistas, depois do sucesso e das ótimas mensagens dos autores do primeiro artigo, considero que só poderá querer conhecer mais autores de diversas áreas e conhecimentos. A primeira edição destas entrevistas contou com mais de setecentas visualizações no blogue.
Estou a preparar esta edição desde de Agosto, mas tive alguns contratempos e alguma dificuldade em encontrar autores que pudessem participar. Por essa razão, há discrepâncias de tempo nas respostas, principalmente da autora Filipa Fonseca Silva cujo novo livrojá se encontra nas livrarias. Agradeço a paciência e a colaboração dos autores. As vossas respostas são uma inspiração e uma motivação para continuar. Faço votos para que consigam ainda mais sucessos no vosso percurso!
Agradeço também a todas as pessoas que me indicaram escritores lusófonos e as suas páginas. Muito obrigada pelo vosso apoio!
Filipa Fonseca Silva
Nasci no Barreiro, vivo em Lisboa e desde miúda que sonhava ser escritora. Tirei o curso de comunicação Social, trabalhei doze anos como criativa publicitária e hoje dedico-me maioritariamente à escrita.
O meu primeiro romance, «Os 30 – Nada é como Sonhámos», foi lançado em 2011 e a versão inglesa do mesmo tornou-me na primeira autora portuguesa a atingir o Top 100 da Amazon. Depois disso publiquei «O Estranho Ano De Vanessa M.» (2014), «Coisas que uma Mãe Descobre (e de que ninguém fala)» (2015) e mais recentemente «Amanhece na Cidade» (2017).
Além de escrever, adoro pintar, coleccionar sapatos e comer melancia.
O que a inspirou a começar a escrever?
Os livros. Sempre adorei livros, mesmo antes de saber ler. E assim que aprendi a ler e escrever nunca mais parei.
Qual o livro que mais a tocou até hoje?
Foram muitos e é muito injusto nomear apenas um, até porque há livros que nos marcam pela idade ou fase da vida em que os lemos. Mas posso destacar o “Ensaio sobre a Cegueira”, “Crime e Castigo”, “A cidade e as serras” ou “A casa dos Espíritos”.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
É a história de um taxista da cidade de Lisboa e das várias pessoas que povoam os seus dias, desde clientes frequentes, à mulher, ex-mulher, filhos, vizinhos. Há um crime, há preconceito, há uma stripper e um sem-abrigo, mas o mais interessante de tudo é que a história é narrada pelo táxi, isto é, o automóvel.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Em dois! Um deles sai já no final de Setembro e é um livro mais de humor, com ilustrações e pequenos textos acerca de um chefe horrível. O outro está quase terminado e pronto para enviar aos meus editores para uma primeira leitura. Ou seja, ainda vai a meio do processo.
Que dica(s) daria a novos escritores?
Escrevam muito e sejam humildes quando alguém vos critica. Até os grandes génios da literatura tinham editores ou pessoas da sua confiança a quem davam a ler os manuscritos para que os pudessem melhorar.
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
em filipafonsecasilva.com ou na página do Facebook https://www.facebook.com/Filipa-Fonseca-Silva-495391463830180/
Diogo Simões
Claro, com muito gosto. Sou o Diogo Simões, tenho vinte e três anos e nasci em Leiria. Foi na minha altura de adolescência que comecei esta grande aventura nas palavras, em que escrevi diversas séries e as ilustrava com os cenários do jogo Os Sims 3. Com os meus dezassete anos escrevi o meu primeiro romance, O Bater do Coração, publicado dois anos depois. Após isso e motivado por uma conversa numa aula de Psicologia, comecei a trabalhar e escrever o Esquecido. O meu primeiro thrillere publicado este ano, após uma experiência na plataforma literária Wattpad, em que publiquei a história P.S.: Ficas Comigo?.
O que o inspirou a começar a escrever?
Confesso que nunca me fiz esta pergunta, mas sempre tive uma imaginação muito fértil. Algo que outros também me diziam. Quando na altura joguei o jogo d´Os Sims, sabia que poderia moldar a minha criatividade a criar as histórias que eu gostaria de ler. Uma forma também de eu me refugir um bocadinho das coisas da vida e criar um mundo tanto meu, como de quem lesse. E bem, cá estou!
Qual o livro que mais o tocou até hoje?
Tenho diversos livros que me tocaram… Desde portugueses, quer a estrangeiros. Mas sendo eu licenciado em Serviço Social e agora num Mestrado de Intervenção com Crianças e Jovens, tenho de referir o “Isto Acaba Aqui”, da Colleen Hoover. É muito fácil olharmos para a criticidade da sociedade. O quão críticos somos, especialmente quando toca a temas da esfera da violência doméstica. Costumamos perguntar-nos: “Mas como é que ele/ela não acaba a relação?”. Com este livro, e por também ter a sua inspiração na vida da escritora, soube a resposta a essa pergunta. E fiquei devastado! Não há livro técnico que seja capaz de transmitir sentimentos tão humanos e questionáveis como a Colleen fez!
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
No Esquecido os leitores conhecem Duarte, um jovem que se agarrou à arte para escapar à sua vida passada e ultrapassar os problemas. Mas um acidente vitima-lhe não só os amigos, mas quatro anos das suas memórias. Rapidamente ele vê-se envolto num drama de tentar compreender o seu passado ligado a temas da violência doméstica, alcoolismo, pobreza, toxicodependência e homossexualidade. Com um presente que lhe violenta o espírito em que ele é confrontado com o seu antigo eu, amigos, namoradas e familiares, este vê-se envolto numa investigação policial da qual o mesmo nada percebe.
Foi sem dúvida dos livros mais complexos que escrevi, no qual eu próprio tive de interrogar quem eu era se perdesse quatro anos de memórias. Descobri-me muito, e espero que o leitor também o faça.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Na verdade, já o tenho terminado. Posso adiantar que é baseado em algumas histórias e/ou factos verídicos aquando do meu estágio no Município de Leiria. Como neste momento estou a reunir-me com os meus leitores-beta para o melhorar o máximo possível, a sua publicação ainda é um mistério.
Que dica(s) daria a novos escritores?
Primeiro: vocês vão sofrer. Em muitas maneiras. Em Portugal, é difícil. Mas mesmo que pensem em desistir, não o façam. Tu precisas disso. Nós, leitores, precisamos do que tens a dizer. E o país, também! Por isso lê o máximo que puderes. Diferentes géneros. E escreve. Sempre! Vão por vezes pensar que nada vale a pena. Que o que escrevem não é nada de jeito. Mas lembrem-se: opiniões são sempre subjetivas. E muito antes de um autor virar conhecido, ele foi como nós: desconhecido.
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Podem encontrar-me na página do Facebook (https://www.facebook.com/DiogoAFSimoes) e no meu blog(https://diogoafsimoes.wordpress.com).
Muito obrigado por esta oportunidade e parabéns a este projeto! Valorizo-o muito!
Boas leituras.
Álvaro Filho
Nasci no Brasil há 45 verões e nos dois últimos vivo em Lisboa. Sou jornalista, mas daqueles jornalistas que decidiram seguir na profissão por ser o mais próximo de ser escritor, e de uns anos para cá estou a "mudar de pele". Antes, apresentava-me como "jornalista e escritor", hoje já estou confortável em inverter para "escritor e jornalista" e chegará o momento em que o "jornalista" será retirado.
O que o inspirou a começar a escrever?
Escrevo pois é fácil. É o que faço na vida sem esforço, sem parar para pensar. Passei os últimos 20 anos como jornalista e não posso reclamar para onde o jornalismo me levou, incluindo três Copas do Mundo (França, Alemanha e Brasil) e uma Olimpíada (Atenas), a conhecer muita gente e viver boas experiências. Neste percurso, sem modéstia, fui elogiado pelo que fiz, mas secretamente pensava comigo: "Você não me viu escrevendo...".
Qual o livro que mais o tocou até hoje?
Eu gosto de um livro não muito famoso de Luís Fernando Veríssimo, o primeiro romance dele, "O Jardim do Diabo". Pelo humor, pelo ritmo da escrita e pelo diálogo entre a ficção dentro da ficção, uma metalinguagem que me agrada como recurso. Como escritor, no conjunto da obra, gosto cada vez mais de Graham Greene, pela elegância, novamente pelo humor e pela capacidade de falar de temas fulcrais sem que isto seja penoso.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
"Meu Velho Guerrilheiro" é meu quarto romance. Difere dos anteriores por ser uma autoficção, ou seja, por trazer para a ficção elementos autobiográficos, ou vice-versa. Ele parte como biografia por um acontecimento familiar, quando ainda em 2014 meu pai começou a falar que haveria um "golpe" no Brasil e nós, à época, achamos muito estranho isto, improvável até. Quando o "golpe" ocorreu em 2016, eu percebi que as nossas certezas são frágeis. A ficção pega neste fio para tecer uma história sobre um escritor que tem de evitar que o pai cumpra o plano de matar o presidente.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Sim. Quero dizer, não comecei a escrevê-lo ainda, pois os lançamentos de "Meu Velho Guerrilheiro" e do conto "Otelo" (vencedor dos Novos Talentos FNAC Escrita 2018) estão a merecer minha atenção. Mas o livro não se escreve quando senta-se para escrevê-lo. Comigo, ele é meu companheiro e segue-me por onde vou. O texto deve vir agora a partir do final de outubro. É um trabalho que me foi pedido pela Editora Planeta de Portugal e deve ser entregue até o Natal e, publicado, em fevereiro do ano que vem. Voltarei ao romance policial, como em "Curso de Escrita de Romance, nível 2", que foi premiado no Brasil e está entre os semifinalistas do Oceanos 2018.
Que dica(s) daria a novos escritores?
Apesar dos 45 verões, ainda sou um novo escritor no que tange ao percurso. E ainda bem por isso. Mas para quem está um passo atrás nesta trajetória, o importante é permitir-se errar e experimentar, no texto e na vida. A literatura é work in progress, da escrita e do autor. Ambos precisam evoluir juntos, pois um alimenta-se do outro. Escrever pode parecer uma técnica, mas não é propriamente isso, pois a técnica pressupõe uma certa frieza e precisão. Claro que se precisa dominar o ofício da escrita, mas ser escritor é menos escrever e mais levar o leitor à reflexão. Um livro é bom quando quem o lê sai um pouco diferente ao fechar a última página.
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Sou ainda um utilizador desta ferramenta antiga que é o Facebook. Basta procurar por escritor Álvaro Filho que me encontrará.
Letícia Brito
Chamo-me Letícia Brito, tenho 21 anos, vivo em Paços de Ferreira e sou formada em Fotografia. Neste momento, dedico-me inteiramente à escrita. Sou uma verdadeira devoradora de livros. Apaixonada por gatos e pela natureza. O meu namorado e a minha família são o órgão vital da minha vida.
Até ao momento, lancei duas obras: “Nos Braços do Vagabundo” (Set 2016) e “O Dia Em Que Chegaste” (Set 2018).
Entre 2015 e 2018 venci alguns concursos literários, e o conto “A Mulher Que Roubava Almas” figura de um livro, resultado de um desses concursos.
Também participei em antologias com alguns poemas, “Sentir”, “Hino À Depressão”, “Amor Diferente” e “Avó Sofia”.
Atualmente colaboro com crónicas no jornal A Gazeta de Paços de Ferreira, e dirijo o blogue “Minha Querida Isabel” desde 2014, onde partilho o meu trabalho e críticas literárias.
O que a inspirou a começar a escrever?
Desde pequenina que sou extremamente apaixonada pela leitura e pela escrita de diários, cresci a ver a minha irmã mais velha a escrever e isso fazia com que tentasse imitá-la. Nasci no seio de uma família com veia poética, portanto, a escrita sempre esteve presente, dado que, alguns familiares já haviam publicado algumas obras. Aos nove anos escrevi o meu primeiro conto infantil, uma história muito apreciada pela minha mãe, que me deu o incentivo para prosseguir. Aos doze anos já possuía a minha própria rubrica, “Tribuna Jovem”, num jornal concelhio, onde publiquei mais de 40 histórias dedicadas aos mais novos. E aquilo que parecia ser um sonho de uma menina deu lugar a objetivos muito concretos para o futuro que culminaram na publicação dos meus dois romances.
Qual o livro que mais a tocou até hoje?
É extremamente difícil destacar um livro que me tenha marcado, na verdade, foram tantos… Mas há um pelo qual nutro um carinho muito especial, A História do Senhor Sommer de Patrick Süskind, teria talvez nove anos quando o encontrei perdido num armário em casa dos meus avós. Já o li diversas vezes. Nunca me canso.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
“O Dia Em Que Chegaste” conta a história de três jovens que se conhecem na adolescência, a Mónica, a Luísa e o Martim. Após alguns anos de afastamento, um grave acidente volta a reuni-los. Desse acidente, uma criança fica órfã e envolve todos num dilema moral: é possível amar uma criança fruto de uma traição? Este livro reflete sobretudo sobre os valores da família e a importância do perdão, não apenas do perdão ao próximo, mas também do perdão a nós mesmos, ao nosso passado. Eu acredito que somos a consequência do nosso passado e das nossas escolhas, e acredito igualmente que para seguirmos em frente, precisamos de aceitar e perdoar o passado, mesmo que ele tenha sido desastroso e causa de grande mágoa. Abordo temas do foro psicológico, uma área que me fascina, falo de alcoolismo e dos efeitos que o álcool pode ter no seio de uma família, abordo o vício do jogo… Temas sempre atuais. É um livro leve mas com uma grande mensagem.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Sim, quando termino uma história preciso de contar logo outra. Não consigo parar. Não sei se vou publicar… Tal como também não sabia quando comecei a escrever o segundo, contudo, já tenho uma nova história delineada, à qual me tenha dedicado bastante e espero que um dia, quiçá, possa partilhá-la com o público.
Que dica(s) daria a novos escritores?
Sendo também eu uma nova escritora é um bocado complicado dar dicas. Mas se puder dar um conselho a quem está a começar, seria este: o mundo editorial é cheio de manhas, há um lado muito negro da edição em Portugal, um lado que eu própria conheci, então, tenham cuidado com quem vos faz demasiadas promessas, neste momento, o nosso país está repleto de “gráficas disfarçadas” que só têm como objetivo, lucrar com os nossos sonhos, para os matarem logo depois. Mesmo que surjam muitos “nãos” pelo caminho, não aceitem o primeiro “sim” a troco de alguns euros. Pesquisem, falem com outros autores, vejam as inúmeras possibilidades que o mercado vos oferece e sonhem sempre, nunca desistam do sonho que vos move, mas… com os pés assentes no chão.
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Podem saber mais sobre o meu trabalho na minha página de autora:
No meu blogue: http://leticiabritoescritora.blogspot.com/
No meu Instagram: https://www.instagram.com/leticiaisabelcb/
Ana Beatriz Ribeiro
Chamo-me Ana Beatriz Ribeiro, nasci em abril de 1998 e sou natural de Amarante (terra de Teixeira de Pascoaes, Agustina Bessa-Luís e Amadeo de Souza-Cardoso).
Comecei a escrever com dezassete anos e em 2017 publiquei o meu primeiro livro intitulado Governa o meu coração.
Atualmente, estudo na Faculdade de Letras da Universidade do Porto – Licenciatura de Estudos Portugueses –, onde me apaixono todos os dias pelo mundo da literatura.
Desde 2017 que não parei de escrever e tento fazê-lo todos os dias, embora seja um pouco complicado em tempos de aulas, devido aos imensos textos e obras que tenho de ler.
O que a inspirou a começar a escrever?
Comecei a escrever com dezassete anos, devido às disciplinas de Português e de Literatura Portuguesa. Contudo, foi com a segunda que eu reaprendi o gosto pela leitura, abandonado durante o Ensino Básico.
Depois de ter sido novamente apresentada ao prazer que a leitura nos traz e de ver o entusiasmo e a paixão com que a Professora de Literatura Portuguesa lecionava as aulas e como falava das obras e dos autores que estavam no programa, eu comecei a ler cada vez mais e, a partir daí, a escrita veio naturalmente. Primeiro escrevi uns pequenos textos e, mais tarde, veio o meu primeiro livro (que teve o seu início num desses textos).
Mas, sem dúvida, que o que me inspirou a começar a escrever foi Literatura Portuguesa e a sua professora.
Qual o livro que mais a tocou até hoje?
Essa é uma resposta muito difícil para quem é apaixonada por livros. Há vários livros que me marcaram, vários autores que me inspiraram… Porém, uma das minhas autoras favoritas é Jane Austen e, de todos os livros que eu já li dela, o que mais me tocou foi Orgulho e Preconceito.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
Governa o meu coração é um romance que conta a história de Sofia e de Gonçalo. Estes adolescentes enfrentam situações diferentes que os marcam de vários modos.
A Sofia culpa-se pela morte do irmão mais velho, Salvador, ao mesmo tempo que enfrenta o divórcio dos pais, provocado pelas sucessivas traições do pai. Ela sofre ainda mais ao descobrir que o pai já não é mais a pessoa que conheceu. O pai mudou muito e tornou-se em algo do qual ela só quer fugir, mas o que lhe dói mais é saber que ele já não é mais o seu ídolo nem é sequer um exemplo a seguir.
Quanto à vida do Gonçalo, ela não é tão perfeita como todos imaginam. Os pais dele tentam manter as aparências de uma vida feliz, mas é só uma fachada e ele acaba por sofrer muito com isso. Porém, ambos conseguem construir algo bonito e forte, apesar de tudo o que acontece à sua volta, e lutam pela felicidade constante um do outro.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Mentiria se dissesse que não. Desde que publiquei Governa o meu coraçãonunca mais parei de escrever. O caderno onde escrevo anda sempre comigo e estou sempre muito atenta ao que se passa à minha volta, pois é essa a minha fonte de inspiração: as pessoas e o quotidiano.
Aliás, eu tenho várias ideias (algumas mais estruturadas do que outras) na minha cabeça mas, mais vale escrever um livro de cada vez e aproveitar o prazer que isso me dá.
No entanto, as pessoas podem ter a certeza de que eu estou sempre em constante processo de escrita, quer este signifique planificar e escrever a história quer diga respeito à revisão que faço com muita atenção para não deixar pontas soltas.
Que dica(s) daria a novos escritores?
Para eles escreverem! Há muita gente que gostava de escrever um livro, mas não o faz, porque simplesmente não se senta a escrever… ou então têm medo de não conseguirem publicar… ou de que o livro não seja bom o suficiente.
Mas mais vale tentar e falhar, do que não tentar de todo. A rejeição de uma editora (ou a falta de resposta dela!) não é motivo para desistirmos de sonhar com aquilo que queremos. É sim, uma forma de nos agarrarmos ao nosso sonho e de lutar por ele com unhas e dentes, mesmo que isso seja muito difícil. E, para demonstrar com exemplos concretos o que acabei de dizer, incentivo todos os novos escritores, ou aqueles que querem escrever (mas que não o fazem), de pesquisarem o nome de todos os escritores que receberam cartas de rejeição (e, para alguns, não foram assim tão poucas!) e de verem quantos deles são hoje best-sellers. Prometo que vão ficar surpreendidos!
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Podem saber mais sobre mim, sobre o meu livro ou podem ler alguns dos textos que vou publicando regularmente no blogue (https://ana-beatriz-ribeiro6.webnode.pt/) ou através das redes sociais, nomeadamente Facebook (@anabeatrizribeiroautora) e Instagram (anabeatrizribeiro_autora).
Por último, queria agradecer à Marta por esta entrevista e queria gratular o blogue Escrita Lusófona pelo trabalho notável que faz na divulgação dos autores de Língua Portuguesa.
Um abraço a todos os leitores do blogue Escrita Lusófona!
Ricardo Fonseca
Eu sou o Ricardo, enfermeiro de profissão e vocação, nascido em Lamego há 35 anos atrás. Atualmente moro em Almada. Além de enfermeiro sou escritor, terapeuta, voluntário numa associação de doentes, entre outras habilidades que vou desenvolvendo para potenciar o meu cuidar.
Comecei a escrever muito cedo, pelos meus 10 anos, sendo que desde sempre me acompanhou a paixão pela escrita pela sua capacidade de me permitir expressar, quando não conseguia fazer pessoalmente e oralmente. Foi sempre o meu escape, a forma de lidar com as minhas emoções e com as emoções que me rodeavam, Seguiu-se a escrita com a criação de diversos blogues que fui mantendo ao longo de alguns anos até que me aventurei a escrever um livro, baseado nesses blogues, como edição de autor. Ao primeiro livro lançado em 2007 seguiram-se mais três livros (o último lançado este ano) e dezenas de participações em coletâneas de prosa e poesia, que me permitiam mostrar o meu sentir, inspirar cada leitor a refletir sobre as suas emoções.
Ainda no âmbito da escrita e como escritor, também comecei a escrever e ainda escrevo de forma muito ativa, para diversas revistas e blogues sobre diversas temáticas como a saúde, desenvolvimento pessoal, espiritualidade.
Também tenho desenvolvido o conceito de escrita terapêutica como ferramenta para expressar as emoções relacionadas com os mais diversos processos emocionais, que desenvolvo em workshops e palestras.
O que o inspirou a começar a escrever?
O que me inspirou a começar a escrever foi a minha diminuta capacidade em expressar o meu sentir oralmente, vivendo em segredo e silêncio muitas emoções, tendo necessitado da escrita como escape, como catarse para lidar com todas as minhas emoções, para compreender as emoções daqueles que me rodeavam, sem saber na altura que estava a promover a minha saúde mental e emocional. Hoje, o que me inspira a escrever são as Pessoas, as relações, a própria vida que é a minha musa inspiradora.
Qual o livro que mais o tocou até hoje?
O livro que mais e tocou até hoje foi “ O Principezinho” , pois foi através da sua leitura, da sua análise que integrei e acolhi os conceitos de cativar, de cuidar, de expressar o meu sentir sabendo que estaria a tocar o coração de todos aqueles que me rodeavam, que me iriam ler. Esse livro é uma lição de vida que ainda hoje é o meu guia que me ajuda a lidar com as frustrações relacionais e emocionais, recordando-me qual a verdadeira essência da minha escrita, da minha missão como cuidador através das palavras, como semeador de Emoções.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
“O Semeador de Emoções” nasceu este ano depois de 5 anos sem publicar, apesar de ser uma coletânea de diversos textos que fui escrevendo ao longo destes anos. É um livro que tem como objetivo inspirar o leitor a olhar para si mesmo, a refletir sobre o seu estado emocional, permitindo-se encontrar estratégias para viver da melhor forma possível, para promover a sua saúde mental e emocional. É um livro que inspira a olhar para a Vida, para o Amor e todos os outros sentimentos e emoções, para a saúde versus doença, para a transformação que vivemos dia-a-dia, se assim o permitirmos sentir e viver.
É um convite a gerir emoções e nos tornarmos semeadores de emoções na nossa vida e na Vida de todos aqueles que nos rodeiam.
Já está a trabalhar num novo projeto?
O novo projeto que vou começar a trabalhar vai ser a edição do meu primeiro livro de poesia estando a reunir os poemas que fui escrevendo ao longo dos anos, sendo um grande desafio para mim, dado que gosto mais de escrever prosa poética, mas como costumo dizer a própria vida é poesia e por isso, nos próximos tempos tornar-me-ei poeta.
Depois há outros projetos que quero escrever como um livro sobre a Dor com estratégias para lidar com a Dor de um modo saudável, com estabilidade mental e emocional para servir de guia a muitas pessoas que convivem com a Dor, para que se permitam Viver.
Que dica(s) daria a novos escritores?
A principal dica que posso dar a novos escritores é que escrevam sempre com o coração, seja qual for o género literário que queiram escrever, colocando o seu cunho pessoal, as suas vivências e experiências; que tenham como objetivo apaixonar o leitor pelas suas palavras e por todas as emoções que são proporcionadas, servindo de inspiração para cada pessoa viver e sentir da melhor forma possível: que não desistam de escrever, mesmo que várias editoras possam não reconhecer a obra como publicável, que não desistam de bater às portas, de lutar pelo seu sonho e que nunca desistam de sentir e de Viver.
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Sofia Cortez
Sou a Sofia, Licenciada em Comunicação Empresarial pela Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, mestre em Publicidade e Marketing sobre o tema:“As bandas como marcas que constroem os novos mitos: o caso dos THE DOORS e uma pós-graduação em Marketing Management pelo ISEG.
Em 2018 publiquei o meu primeiro livro “Devemos voltar onde já fomos felizes” pela editora Cordel D’Prata e ainda este ano vou ter um poema publicado na Antologia Poética que vai ser lançada no final do mês pela Chiado Editora. Escrevo desde 2013 no meu blog “O Meu Serendipity”.
O que a inspirou a começar a escrever?
Começar a escrever nunca foi um objetivo de vida, mas aconteceu e estou muito feliz por isso. Sempre fui muito criativa e sempre me dediquei a outras formas de arte como o desenho, fotografia e utilizava palavras para complementar cada uma delas. Aos poucos comecei a escrever textos, crónicas, poemas, reflexões mas tudo muito pessoal e sem sequer imaginar que poderia algum dia partilhá-los. O que me inspira habitualmente são as pessoas, as vivências, a forma como interagimos, como sou muito observadora dou por mim a criar histórias com as coisas que vejo ou a refletir sobre a forma como determinados temas são colocados na esfera pública.
Qual o livro que mais a tocou até hoje?
É muito difícil escolher apenas um, deixo-me mais encantar pelo estilo do escritor do que apenas pela história. Há um livro que releio várias vezes, porque gosto muito dos diálogos entre as personagens que é o “Retrato do Dorian Gray” do Oscar Wilde, acho que retrata muito bem a nobreza da época, o snobismo das elites, o faz de conta das relações entre as pessoas quer seja na amizade ou no casamento. Está muito bem escrito o que o torna um livro muito envolvente.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
O meu livro “Devemos voltar onde já fomos felizes” é uma compilação de textos que existem dentro do meu blog. O que tentei fazer com esta seleção, foi criar um conjunto de textos que não fossem pessoais, para que quem os lê se possa identificar com eles. No meu blog escrevo sobre coisas minhas, pessoas e opiniões no livro tentei que a maioria dos temas abordados fossem genéricos para que o leitor se consiga identificar com eles. Mantive uma o outra história mais pessoal como os incêndios e ter escrito sobre a minha avó, que perdi recentemente, mas de um modo geral são histórias que podem fazer parte da vida de qualquer pessoa que as lê.
O título do livro é também uma reflexão pessoal, porque diz o ditado: “não devemos voltar onde já fomos felizes”, e eu acho que é precisamente o inverso, precisamos voltar lá porque é lá que nos relembramos que já fomos felizes, mas deixo a curiosidade do leitor descobrir o texto no interior do livro ou no meu blog e decidir qual a melhor adaptação do ditado.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Sim, já estou a trabalhar num novo projecto. Estou a aventurar-me pelos contos e a procurar que o conjunto de contos que estou a escrever neste momento, façam parte de um conjunto de histórias interessantes que prendam o leitor. Tenho-me divertido muito a escrevê-los, espero que os leitores tenham a mesma sensação que eu.
Que dica(s) daria a novos escritores?
O conselho é transversal para todas as pessoas que tenham um sonho e desejem muito realizá-lo: não desistam! Vão ter algumas contrariedades e dificuldades, nem sempre vão ter inspiração ou temas interessantes para escrever mas a vontade que existe dentro de cada um de nós, é a chama que mantém tudo possível para concretizá-lo, por isso: sonhem! Sonhem muito, para tornar aquilo que desejam palpável.
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
No meu blog: www.omeuserendipity.blogspot.ptque vive também no facebook em https://www.facebook.com/omeuserendipity/ e no instagram em https://instagram.com/omeuserendipity/
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