Este mês está cheio de dias especiais, o dia internacional da mulher, o dia do pai e, agora, o dia da poesia que é também o dia da árvore. Como este blogue é ligado mais à poesia, aproveitei para trazer outro poeta muito conhecido por todos e que eu gosto muito: Fernando Pessoa.
O heterónimo de Fernando Pessoa que mais gosto é Alberto Caeiro que remete muito à simplicidade da vida. Por isso, partilho um poema que gosto bastante e que adaptei para quando pensamos demasiado nas coisas (como faço muito) «pensar faz doer os olhos», sim, não é a frase exata e até é bem diferente, mas foi a partir deste poema que pensei nessa expressão que me faz sempre sorrir.
Espero que gostes do poema :)
Beijos,
Marta Sousa
Imagem de Quozio.com |
II
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo…
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender…
O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo.
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar,
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa) in Poemas Completos de Alberto Caeiro
Sem dúvida um poemabrilhante que me fascinou ler.
ResponderEliminarCumprimentos poéticos e um
Obrigada Rykardo!
EliminarCumprimentos :)
Aplausos ao tua publicação. Um poema genial! :)
ResponderEliminar--
Queria ser a primavera em flor...
Votos dum excelente semana. Beijos
Obrigada Cidália :)
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