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Como Água para Chocolate de Laura Esquivel

 


Esperei para conseguir este livro algum tempo. Ele estava esgotado quando o pesquisei pela primeira vez, mas depois consegui por um bom preço em segunda mão. Esta foi uma prenda dada a mim mesma no Natal, costumo comprar uma prenda de Natal para mim também, e tu? 

Foi a primeira vez que li um livro desta autora e estava muito curiosa, não só pelas receitas, mas por toda a história.




Sinopse

Como Água para Chocolate tem marcado gerações de leitores em todo o mundo desde a sua publicação. Romance mágico e intemporal, conta-nos a história das mulheres da família De La Garza.


Tita, a mais nova, está proibida de casar, condenada pela tradição mexicana a cuidar da mãe até ao fim dos seus dias. Mas Tita apaixona-se por Pedro, transformando irremediavelmente a vida de todos. Perante esse amor impossível, Pedro decide casar com Rosaura, a irmã de Tita, pois é a única forma de estar perto da sua amada. E durante vinte e dois anos Tita e Pedro vivem sob o mesmo teto , dominados pela paixão não consumada.


Os jovens comunicam e seduzem-se através da comida que Tita prepara com a devoção e a ousadia de uma mulher desesperada. Em volta das suas receitas, une-se a família e também se cozem e temperam amores e desamores, risos e prantos, e se celebra o triunfo da alegria e da vida sobre a tristeza e a morte. Até ao dia em que a devoção dos amantes é posta à prova e o seu Destino se concretiza por fim.


Através dos amores proibidos de Tita e Pedro, Laura Esquivel retrata o México rural dos princípios do século XX e tece um hino inesquecível ao prazer dos sentidos e à liberdade criativa da mulher.



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Opinião


Avaliação 🌟🌟🌟🌟




Quantos de nós ainda vivemos como os nossos pais nos ensinaram?



Houve um livro da Louise L. Hay que li, que não tenho a certeza do título, que dizia que retratamos a nossa vida de infância durante toda a nossa vida se não mudarmos de consciência sobre os nossos pensamentos. Lembrei-me disto ao ler este livro. Esta história conta-nos a história de Tita, a última filha de uma família tradicional mexicana. Como é a filha mais nova não pode casar para ficar a cuidar da sua mãe até ela morrer.




A mãe de Tita é mais uma chefe dela do que se pode chamar mãe. Sempre autoritária e sem dar hipóteses das suas filhas demonstrarem o que sentem, sem também mostrar o que sente. Proíbe Tita de casar com o homem com quem ela se apaixonou, casando-o com a irmã mais velha. Esta situação mostra como ela não tem qualquer consideração pelos sentimentos das filhas.


Pedro poderia negar o casamento, mas aceita-o para ficar perto de Tita. Uma escolha muito estranha e quase irracional, mas que de alguma forma, mostra o seu amor por Tita.


Este livro é assim, por vezes nos perdemos nas suas maravilhosas descrições que são muito exageradas e ao mesmo tempo fazem sentido. Assim como são as receitas dadas no início de cada capítulo e a forma como os sentimentos ao fazer as refeições se refletem em quem come. Talvez, a autora quisesse nos fazer refletir o quanto a nossa vida parece ser ilógica, mas quando vemos por um plano maior ou talvez de uma distância maior podemos ver que tudo faz sentido apesar de nem sempre parecer.


Adorei a forma como está escrito, muito mais do que a história em si. Até porque considero a história de Tita bastante triste (e se eu estivesse no lugar dela não sei se teria a sua força), mas que ao mesmo tempo ajuda-nos a superar as nossas tristezas e a aproveitar a vida o melhor que podemos.

Talvez, a maior questão deste livro seja o que é a decência e o que é ser uma pessoa decente. Para mim, parece-me ilógico condenar uma mulher a ficar sozinha apenas para cuidar da sua mãe para toda a vida. Ter marido e filhos só ajudavam a tarefa, mas claro, isso é a minha opinião. Ainda dentro do tema do significado da decência, colocam-se questões como a da traição dentro do casamento e das mulheres que precisavam de ser virgens para casar, mesmo se fossem violadas ou levadas a uma vida em que vender o seu corpo era uma necessidade. Gostei especialmente quando no livro é retratado que mesmo estando longe dos nossos pais (ou pessoas que consideramos como tal), especialmente da nossa mãe, continuamos a ouvir as suas vozes a dizer o que ela nos diria em certas situações, especialmente quando sentimos que precisamos de ajuda ou não nos sentimos pessoas «decentes».


É um livro sobre preconceitos, ideias que seguimos só por tradição, noções de decência ou pela opinião dos outros, sobre mães que não amam os filhos (sim, porque elas existem), mas também como superar apesar de tudo.


Ler esta história fez-me lembrar uma pergunta que me tocou: «o que é mais importante; ter razão ou ser feliz?» Só que neste livro a questão é: o que é mais importante a tradição, a decência, ou ser feliz?








Sou blogger e escritora do Wattpad. Comecei a ser blogger para partilhar os meus escritos, mas com o tempo comecei a escrever mais sobre leitura e escrita. Gosto de fugir da realidade para mundos fictícios e acredito que eles ajudam-me a compreender melhor a vida. Não consigo passar um dia sem escrever e sem beber café.

Comentários

  1. Acredito que seja um livro fascin ante de ler
    .
    Saudações poéticas…feliz fim-de-semana
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  2. Muito interessante, sim! :))
    -
    Deixo flores, com saudades...

    Votos de um excelente fim de semana. Beijo.

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  3. Bastante interessante.

    Beijinhos

    Bom fim de semana

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  4. Oi Marta,
    Não é todo mundo que está disposto da abrir mão da razão para ser feliz, mas com certeza a resposta seria feliz feliz! Parece uma obra muito envolvente!
    beeeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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    Respostas
    1. Olá Alessandra,
      É verdade, eu também pensei nisso. Sim, é mesmo e dá que pensar.
      Beijos

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  5. Olá, Marta.
    Eu compro livro de presente de Natal, de aniversário, porque nunca me dão porque falam que já tenho muito hehe. Eu já tinha ficado interessada nesse livro desde que vi a outra postagem com a citação dele. E me pareceu ser uma história muito boa mesmo sendo triste.

    Prefácio

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    Respostas
    1. Olá Sil,
      Já fiquei feliz por não ser a única hehe :) Sim, é mesmo, mas a forma que está escrito supera tudo :)
      Beijos

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