Compramos livros porque gostamos da história e do autor. Porque simpatizamos com o percurso e as ideias do autor ou, até mesmo, o admiramos. Quantos autores lusófonos conhece ou já ouviu falar? Pensei em conhecer melhor alguns autores lusófonos, para isso, pedi a sete autores para responderem a sete perguntas.
Este é o últimoartigo de entrevistas. Depois do sucesso e das ótimas mensagens dos autores dos artigosanteriores,considero que só poderá beneficiar mais leitores e autores a partilha de conhecimentos de vários autores com diversos estilos de escrita em português.
Agradeço a todos os autores que participaram e compartilharam o seu conhecimento e ótimos conselhos. Desejo a todos muito sucesso.
Este é o último artigo de entrevistas a autores deste género, mas estou a preparar outras surpresas para os próximos artigos no blogue. Por isso, estejam atentos!
Carolina Cruz
Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritora?
Desde já e antes de me apresentar, gostava muito de agradecer o convite para esta entrevista!
Carolina Cruz |
Chamo-me Carolina Cruz, nasci na Lousã (uma vila do distrito de Coimbra) e tenho 26 anos. Sou formada em animação socieducativa, mas a minha maior paixão é a escrita.
Sou autora do blog “Gesto, olhar e sorriso” há quase dez anos.
Escrevo sobretudo sobre o que me inspira: o amor, a vida, os sentimentos. Escrevo textos de ficções onde procuro inspirar e dar a entender a diversidade no “sentir” de cada um, atitudes pessoais, ações que por vezes se têm e não se compreende, e aquelas que é geral para todos: amar, perder, sofrer.
Editei o meu primeiro livro em Setembro deste ano intitulado “O coração vive de sorrisos” que aborda a diferença e pretende deixar a mensagem de que todos somos merecedores e viventes de amor, não importa a nossa condição.
O que a inspirou a começar a escrever?
A vida! Como costumo dizer, escrevo desde que me lembro que existo, porém comecei a escrever com maior intensidade e inspirada por este sonho que me move desde o meu nono ano, tive professoras que me incentivaram a escrever mais e melhor e a partir daí escrevo sobre tudo aquilo que me move, os meus sonhos, a vida, invento, sonho também ao escrever!
Qual o livro que mais a tocou até hoje?
Tenho dois que me marcaram muito e que me inspiraram, não só a deitar cá para fora todos estes sentimentos maravilhosos que envolvem a vida, mas a ser uma leitora compulsiva também, são eles: “O Principezinho” de Saint-Exupéry e “Nas margens do Rio Piedra, eu sentei e chorei” de Paulo Coelho.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
Então o meu mais recente livro ou melhor dizendo o meu primeiro livro fala-nos sobre a diferença, tão importante na nossa vida. Somos todos diferentes e muitas vezes a sociedade não compreende isso, ainda tem a tendência de colocar a pessoa dita diferente à parte de todas as outras pessoas ditas normais, sem compreender que ninguém é mais normal ou não por causa das suas limitações. Neste livro pretendo lançar esse desafio, deixar essa mensagem, deixar a pensar, para conseguir mudar algumas mentalidades ou atitudes. De que forma faço isso? Demonstrando através de cinco histórias, cinco romances, com personagens fictícias com problemas diferentes: Cláudio um jovem com paralisia, Alice uma menina com síndrome de Down, Samuel um jovem adulto com esquizofrenia, Madalena uma rapariga com síndrome de Tourette e Maria Inês com Asperger. Todas estas histórias demonstram que as pessoas com deficiência têm o mesmo direito e a mesma capacidade de viver um amor pleno como todas as outras.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Na verdade, sim. Já comecei a trabalhar no meu segundo livro, porém com as andanças deste primeiro, ainda está muito parado, eu é que não quero ficar parada, por isso um segundo virá a seu tempo!
Que dica(s) daria a novos escritores?
Diria para nunca desistirem dos seus sonhos, pesquisem bem o que pretendem, como querem editar o vosso livro, questionem pessoas que já andam nisto há mais tempo, peçam conselhos.
Nunca desistam, mesmo que o caminho seja longo ou penoso, acreditem sempre no que são e no que fazem, naquilo que sonham e escrevam muito, aceitem opiniões, críticas construtivas. Sejam exigentes convosco próprios.
Eu costumo dizer que estamos sempre a aprender e que todas as pequenas coisas que vivenciamos com a nossa escrita valem uma vida, têm valor neste sonho que é trilhado, neste sonho que é tão vosso! Vivam, acreditem nele!
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Então, podem encontrar-me aqui:
Página do livro “O coração vive de sorrisos”: https://www.facebook.com/ocoracaovivedesorrisoslivro/
Instagram: https://www.instagram.com/carolinacruz_blog/
Instagram: https://www.instagram.com/carolinacruz_blog/
Lara Barradas
Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritora?
Lara Barradas |
Sou uma pessoa de emoções, por vezes bastante complexas. E é por isto que não me é difícil produzir conteúdo diariamente. Tive a sorte de descobrir que tenho alguma facilidade na expressão escrita, o que facilita imenso esta transmissão do que me vai na alma,
O que a inspirou a começar a escrever?
Desafios. Os amigos, desde sempre. Concursos e editoras desde há dois anos para cá. Mas o que me inspira mesmo é a vida.
Qual o livro que mais a tocou até hoje?
Curiosamente, um livro que li recentemente: “Para Aquela que Está Sentada no Escuro à Minha Espera”. Não é um livro fácil de ler pelo formato da escrita do António Lobo Antunes, mas que era o único formato que faria sentido nesta obra. Não recorre à pontuação tradicional, o que obriga a uma leitura mais lenta. É como saborear devagar uma iguaria. A forma como ALA entra na cabeça de uma mulher que sofre de demência é genial.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
O meu livro mais recente é, para já, o meu único livro a solo. Chama-se “Anchieta” e fala das aventuras de uma indiazinha de uma tribo da Amazónia, do seu irmão Ekewaka e do macaquinho de estimação, Pigmeu. Foi inspirado na vida da Tribo Guarani e tem alusões ao fantástico e ao folclore Brasileiro. É um livro com um conteúdo rico em mensagens para as nossas crianças, com enfoque na consciencialização para a proteção do meio ambiente.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Em vários. Não consigo trabalhar apenas num projeto porque a minha cabeça está em constante ebulição. Tenho projetos ligados à rádio, ao Youtube e claro, à escrita. Tudo está ainda em fase de conceção, mas existirão novidades em breve.
Que dica(s) daria a novos escritores?
A escrita dá trabalho, não basta escrever umas coisas nas redes sociais. Se a ambição é fazer da escrita um estilo de vida, dediquem tempo a fazê-lo. Escrever todos os dias é importante. Perder algum tempo a divulgar é igualmente importante.
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Optei por não ter blog, tenho apenas página no facebook e perfil no instagram.
Instagram: @lara.barradas
Sara Farinha
Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritora?
Sara Farinha |
Sara Farinha, lisboeta, licenciada em Sociologia do Trabalho, apaixonada pela arte de escrever e pela criatividade. Autora auto-publicada de Percepção - uma estranha realidade, pela Alfarroba Ed.; Com contos publicados em papel, pela Editorial Divergência e Revista Fenix, e online através do projecto Fantasy & Co.e no Smashwords; Poeta publicada em diversas Antologias na Chiado Editora, e onlineatravés do blog serpoeta.wordpress.com/; E onze anos do blog.sarafarinha.com/onde escrevo sobre Escrita, Criatividade e a Vida de Escritor.
O que a inspirou a começar a escrever?
Comecei por escrever letras para músicas conhecidas, poesia e pequenas histórias. A ficção num formato mais longo veio mais tarde. Quando a vida profissional dita oficial se mostrou pouco compensadora, foi o regresso às palavras que me ajudou a superar as dificuldades. O que me inspirou a escrever foram as histórias que li, os filmes e séries que vi, e o prazer que tenho em partilhar o meu gosto por Livros e pela Arte da Escrita.
Qual o livro que mais a tocou até hoje?
Cada livro tem uma época na nossa vida e, eu acredito que, alguns livros encontram-nos no momento certo. Por isso, não conto pelos dedos de ambas as mãos os livros que mais me tocaram. Foram mais do que esses dez dedos. Mas posso citar alguns, todos importantes em igual medida, nas diferentes fases da minha vida: The Mad Fiddler de Fernando Pessoa; Bird by Bird de Anne Lamott; The Power of Now de Eckhart Tolle; Writing Fiction for Dummies; Comer, Orar, Amar de Elizabeth Gilbert; A Fé de um Escritor de Joyce Carol Oates; O velho que lia romances de amor de Luís Sepúlveda; e outros… tantos outros.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
O meu livro mais recente, e o único que viu a luz do dia, continua a ser Percepção - uma estranha realidade. Continuo a planear a sequela. O que posso contar sobre ele é que tem um tema que sempre cativou o meu interesse: as pessoas empáticas e os seus poderes sobrenaturais. Firme crente na Ciência e nas explicações científicas para tudo (ou quase), os temas do sobrenatural e do paranormal exercem um fascínio sobre mim que não desminto. Especular sobre o inexplicável é algo que me diverte e é o veículo perfeito para ver a realidade sobre outras perspectivas mais criativas. Percepção juntou esse meu fascínio à vontade de escrever num tema pouco comum.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Novos projectos nunca faltam. O que falta é a inspiração para terminá-los, os meios para o fazer, e a realidade que nunca nos deixa esquecer que temos contas para pagar. A sequela de Percepção aguarda um empurrão valente e outros projectos de grande dimensão aguardam os bocadinhos que consigo dedicar-lhes de tempos em tempos.
Que dica(s) daria a novos escritores?
Leiam muito. Aprendam muito. Não só Escrita em si mas outras coisas. E, perguntem-se sempre: qual é a vossa definição de sucesso? O que pretendem com os vossos escritos? Qual o resultado que vos satisfará? É importante ter um plano e segui-lo. Saber o que se quer alcançar e fazer por isso.
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Estou sempre atenta ao meu blog.sarafarinha.com/. Encontram-me sempre por lá.
Elsa Ribeiro Gonçalves
Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritora?
Elsa Ribeiro Gonçalves |
Sou Elsa Ribeiro Gonçalves, tenho 42 anos e sou jornalista, estando há 15 anos ligada ao jornalismo de proximidade. Hoje sou uma mulher alinhada, feliz e com muito para dar aos outros, que tem nas viagens pelo mundo a sua grande paixão. O livro "Singularidades de uma mulher de 40", lançado em maio de 2018, marca a minha estreia na ficção. Já tinha tentado escrever livros anteriormente, largando a área da não ficção, mas desta vez comprometi-me mesmo em abandonar a minha zona de conforto e ousar entrar no território literário. Sinto que tenho uma mensagem a passar, fruto da minha própria experiência pessoal. A felicidade dos outros é a minha felicidade.
O que a inspirou a começar a escrever?
A vida. Toda a minha experiência de vida. De certo modo, os 40 anos trouxeram-me o questionamento quando notei que ao meu redor a maioria das pessoas era infeliz. Afinal, o que ando cá a fazer. Quem sou eu de verdade? E todos estes questionamentos existenciais levaram a que me lançasse no autoconhecimento, numa viagem por dentro de mim. Sofri uma grande mudança interior que depois se viria a refletir no meu exterior, alinhando-me com a minha essência, com o que sou de verdade. O primeiro episódio do livro surgiu depois de ir ao supermercado e ser atendida por uma senhora com uns olhos muito tristes que me levaram a uma reflexão sobre o que leva alguém a aprisionar-se nessa tristeza. Quais são as crenças, as convenções, os dogmas que nos empurram para a infelicidade, num sistema capitalista que não se compactua com os sonhos. Todos os 97 episódios escritos foram fruto de um intenso processo inspirativo. O livro escreveu-se em três meses, por ele mesmo. É como se já o tivesse escrito dentro de mim e só o tive que dar à estampa. Felizmente, agradeço à minha editora Origami Edições, na pessoa de Patrícia Fonseca, por me ter permitido publicar esta obra sem necessidade de investimento financeiro da minha parte.
Qual o livro que mais a tocou até hoje?
São vários. Optei por desligar a televisão mais vezes e todas as semanas leio 2 a 3 livros, ultimamente mais vocacionados para as áreas da Psicologia e Mente. Mas gostei muito do "O Poder do Agora" de Eckhart Tolle que nos remete para a necessidade de vivermos muito o dia de HOJE e como a nossa mente nos engana, obrigando-nos a viver no passado ou no futuro.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
É a história de uma mulher de 40, como tantas outras. É casada, tem filhos, um emprego efetivo. Tem tudo para a sociedade que lhe diga que é feliz mas não é. E não sabe porquê. Vai descobrir que afinal não se tem a ela própria. Que sempre viveu em função do que era esperado dela e acabou por arrumar os sonhos na gaveta por causa disso. Resultado, chega a um ponto que já não tem nada para dar nem a ela própria nem aos outros. Fala também muito da maternidade. De como as mães se sacrificam pelos filhos porque é isso que se espera delas. Mete o dedo na ferida em relação a esse tema. As mulheres que dizem que os filhos são a sua razão de viver precisam de se resgatar. Estão a depositar uma grande responsabilidade nos seus filhos, as que são eles que as têm que fazer felizes. O livro está à venda na wook.ptou na página da editora "Mediotejo edições" ou ainda nas Papelaria Nova em Tomar, onde vivo e trabalho. Quem quiser comprar autografado eu também posso enviar por correio, autografado.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Já estou a trabalhar na continuação da história da Maria Helena, a protagonista do meu livro. Gostaria muito de aprofundar mais estas reflexões e partilhar com o mundo a fórmula que a personagem encontrou para ser uma mulher feliz. Gostaria de o publicar em Maio de 2019, um ano depois do primeiro. Vamos ver se acontece. Confio muito no Universo.
Que dica(s) daria a novos escritores?
Que deixem a inspiração fluir e não desistam perante os obstáculos que surgem. Que se entreguem de alma e coração e que não desistam se não conseguirem publicar à primeira vez. O alfabeto tem muitas letras. Se o plano A não funciona, avancem para o plano B, C ou D. O valor está dentro de vós. E o mundo merece receber esse valor.
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Dinamizo uma página, atualmente com mais de 11 mil seguidores, "Singularidades de uma mulher" (https://www.facebook.com/todososdireitosreservados/), onde coloco reflexões diárias e frases motivacionais que penso que podem fazer a diferença. Tem sido muito gratificante sentir que com o meu contributo estou a conseguir a ajudar algumas mulheres, e homens também, a descobrir quem são na verdade. Também tenho a página profissional Elsa Ribeiro Gonçalves - Jornalista - https://www.facebook.com/elsaribeirogoncalvesjournalist/onde divulgo mais o meu trabalho do ponto de vista jornalístico. Mas cada vez me sinto mais confortável na literatura.
Sofia Alves Cardoso
Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritora?
Sofia Alves Cardoso |
Chamo-me Sofia Alves Cardoso, nasci numa tórrida noite de Agosto em Lousada, uma pequena vila no distrito do Porto. Sou licenciada na área da Criminologia, área esta que gosto muito de desenvolver nos meus livros. Sou uma Eterna apaixonada pela música, pela literatura, pela natureza e uma sonhadora nata! Enquanto escritora sou mais vocacionada para os thrillers, para o mistério com um grande enfoque na densidade psicológica das personagens. Adoro abordar sentimentos, assuntos delicados e mostrar que a vida nada mais é que um conjunto de peripécias sobre a qual não temos qualquer domínio. Não sou propriamente uma romancista. É um lado que gostaria de explorar mais, e talvez o faça no futuro.
O que a inspirou a começar a escrever?
Comecei a escrever com mais afinco na adolescência como forma de extravasar os sentimentos confusos da época, não obstante o gosto pela escrita ter-se pronunciado já na escola primária. Em paralelo o gosto pela leitura sempre esteve presente, sendo que com os anos tive oportunidade de ler alguns livros que me moldaram enquanto pessoa e me mostraram que tinha de colocar em prática as ideias que entretanto fervilhavam na minha mente.
Qual o livro que mais a tocou até hoje?
Sem dúvida que o livro “O Monte dos Vendavais”, de Emily Bronte foi o que mais me marcou até hoje. Pela densidade psicológica que carrega, pelas personagens, por todo o contexto sociocultural e pela narrativa. É um livro que ainda hoje influencia em muito aquilo que escrevo.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
Apenas publiquei um livro, em 2012. Entitula-se de “Não Confies” porque, de facto, todas as personagens têm algo a esconder. O cerne de toda a história gira em torno de um crime na família da personagem principal cujo culpado nunca foi apurado, mas que, a dada altura, acaba por retornar para fazer mais uma vítima. É um livro que fala muito da importância donúcleofamiliar, que aborda de forma densa os afetos, os sentimentos mais ternurentos e mais atrozes.Está envolto de mistérios que lentamente se encaixam como peças de um puzzle e de ação.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Neste momento, não obstante ter alguns começados, não tenho nenhum projeto a decorrer em virtude de falta de tempo mas gostaria de voltar a escrever histórias num futuro próximo ao invés de apenas criar textos que publico na minha página de autora.
Que dica(s) daria a novos escritores?
O empenho e a dedicação fazem toda a diferença, todavia não se esforcem demasiado: sejam vocês mesmos. Deixem a vossa marca pelo que são, não pelo que os outros querem que sejam. Muitas vezes caímos no erro de escrevermos o que se lê, mas, mais que isso, o importante é sermos totalmente nós na escrita.
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Atualmente apenas me encontro a trabalhar na minha página de autora onde faço pequenas reflexões e onde escrevo textos sobre os mais variados assuntos. Podem-me conhecer melhor, assim como o meu trabalho, através do link www.facebook.com/sofialvescardoso
Tenho todo o gosto em ajudar, sempre na medida do possível, novos autores!
Imensamente grata pela Entrevista e por ter sido uma das escolhidas para participar neste projeto!
Paula Sofia Rosa
Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritora?
Paula Sofia Rosa |
O meu nome é Paula Sofia Rosa. Nasci em Lisboa. Moro em Faro, trabalho na área da Publicidade e Design. Frequentei o Curso de Artes Gráficas, em Lisboa.
Não parece, mas sou uma solitária.
Para além da paixão pela escrita, gosto de tocar viola , de pintar abstrato em tela, pratico Desporto e também vou dropar umas ondas para a ilha quando arranjo um tempinho. ... pratico Bodyboard por amor ao mar e à Natureza. Adoro música Clássica e Flamenco e adoro andar, não caminhar! andar por aí pela cidade sem destino, é brutal. A minha vida social é atribulada, gosto de pessoas, gosto de as ouvir contar histórias, na verdade, somos todos uns bons contadores de aventuras . "Um dia vou ser escritora" dizia eu aos que me rodeavam desde sempre. Nunca tive jeito para a oralidade. Caneta e papel quadriculado, sempre, odeia escrever em linhas, o meu cérebro não aceita isso. Considero-me uma pessoa versátil em relação à escrita, não escrevo de forma premeditada, penso num assunto e pronto, escrevo sobre ele. O livro Correntes aborda o Amor, será que o amor existe? Correntes é uma guerra entre o Deus e Deus Amar- ... amar que és a mãe de todos nós... - o livro coloca em xeque o amor. Eu escrevo por amor às palavras, ao jogo das palavras, o seu relacionamento, etc... entrar no mundo do outro, do personagem é o verdadeiro fascínio. Ver os personagens a surgir do nada e acompanhar o seu desenvolvimento de poderem vir a ser tudo ou simplesmente, nada! Caneta e papel na mão, é ter um poder tremendo connosco.
O que a inspirou a começar a escrever?
Comecei a escrever jovem. A paixão pela literatura cresceu em casa. Lia muito e depois decidi começar a escrever alguns poemas e contos para oferecer aos meus amigos. Enviava poemas para o Correio da Manhã para ganhar livros, era um concurso, se o meu poema fosse publicado à quarta feira, ganhava livros e o mais interessante é que eles enviavam mesmo esses livros para casa! Não tinha dinheiro mas tinha alguns livros (risos). Interessante. Comecei pela poesia, mas nada de coisas a rimar, nunca gostei da rima e da regra, não existem regras quando escrevo. As palavras são tachadas à minha maneira. Dizem que tenho jeito para a poesia, mas penso em Pessoa e fico em sentido, por respeito ao maior Poeta de todos os tempos. Mais tarde, apaixonei-me pela forma de escrever do José Saramago, sem dúvida o meu ídolo imediatamente a seguir ao Pessoa. Gosto de Eça mas o Saramago sem pontuação, ah, que beleza. Percebi que era possível escrever sem regras rígidas, brutal. Saramago é o tal, a minha verdadeira influência está em José Saramago.
Qual o livro que mais a tocou até hoje?
Leio vários livros ao mesmo tempo e desligo-me da realidade. Quando volto à terra, sinto-me uma pessoa melhor, mais forte, mais alegre e mais cúmplice. Na verdade, tenho vários autores que me tocam. Haruki, Tolstoi, Dostoievski, Nietzsche, Shakespeare, mas, se tiver que citar algum em concreto, sem dúvida que é o Miguel Cervantes, com o seu Dom Quixote de La Mancha. Quixote, meio louco, perde o juízo e imagina que é o personagem das histórias que lê, tornando-se um cavaleiro andante, completamente alucinado. Fabuloso. Às vezes penso que sou o Quixote, afinal, qual é a diferente entre eu e o Quixote? Eu também vivo no mundo do imaginário (risos).
Na verdade, todos nós queremos trazer algo de bom e credível ao Mundo.
Dom Quixote é sem dúvida o meu livro -"number one" de sempre.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
O meu recente livro é o Ressaca. Um romance ficcional, uma aventura amorosa. Vivências de seis amigos que passam uma semana juntos numa casa de praia em Arrifana. O personagem principal é o Santiago que vive completamente obcecado por Cocain, a mulher da sua vida. O amor é uma droga. Na verdade, todos vivemos ressacados de amores ou de desamores. Ressaca é uma história intimista, coisa bastante normal entre dois jovens, onde aparentemente, nada de clamoroso sucede , mas que na realidade acontece de tudo entre eles. É um romance lamechas, digo-o porque as histórias de amor são por definição isso mesmo! e por esse motivo dei o nome Cocain à personagem para conseguir falar sobre o amor de forma, fora do convencional, completamente diferente do que se lê por aí... acho o livro Ressaca bastante interessante. Eu, como leitora, comprava sem hesitar. O amor faz parte da vida, o que é o amor? Não sei! Sei lá eu o que é o amor! Tive a ousadia de escrever sobre o Amor, tema bastante complexo para mim. O tema amor é universal, todos nos reconhecemos nessa força maior, para o bem e para o mal é essa Força maior, que pode unir ou separar a humanidade, esse poder titânico de se ter a capacidade de conseguirmos amar o outro. Ressaca é a prova de que o amor existe em todo o lado.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Sim, estou. A escrita é uma droga viciante, sou uma drogada! Os outros livros que estão publicados estão mortos, penso sempre no, a seguir... está quase quase a sair o livro Lapsos de Memória que são o relato de quatro histórias verídicas de pessoas que me pediram para escrever sobre o tema. Pessoas que decidiram sair do armário e finalmente viverem a sua história de vida, o que elas são na sua essência. Casados, com filhos que vivem com máscaras para que sejam aceites pela sociedade... decidiram viver o que realmente são, foram atrás da felicidade. Um tema delicado mas bastante desafiante.. adorei escrever Lapsos. Neste momento estou a trabalhar num romance que se chamará Aqui entre Nós. É um desafio eu adoro desafios! sem certezas de como vai acabar o livro. Escrevo sobre vivências, sobre sentimentos, a perda, o erotismo e também terá um pouco de holística, xamanismo etc... a parte espiritual do ser humano, cada vez mais em voga no nosso dia a dia, as pessoas andam à procura de respostas, andam em busca delas próprias, pensam que perderam o rumo... no fundo, falo de partilha, penso que é um livro bastante pessoal que vai tocar algumas pessoas que se vão identificar com os personagens e com a vida delas próprias. Espero que seja um livro intenso, duro até... Sem medo de ter medo, porque tudo faz parte, estamos todos conectados por um fio condutor invisível, tudo e todos nós enquanto pessoas, somos importantes. Espero que gostem deste pouquinho de humanidade que pretendo partilhar de futuro convosco.
Que dica(s) daria a novos escritores?
Nunca deixem de acreditar que conseguem, desistir? nunca! a dica é ler muito e escrever muito também, todos os dias, como eu faço, enquanto uns dormem, eu escrevo porcaria, mas não importa! o que é preciso é treinar e ganhar um estilo próprio. Muitos me disseram, tu! a escrever? tu!!! Não conhecia essa tua faceta, mas olha, perdes tempo, só o trabalho que dá! Anda daí, vem ter connosco, logo escreves.... não, não deixes que pensem por ti e vai atrás do teu sonho. Vida árdua e solitária, mas garanto que não existe melhor sensação de saberes que alguém te lê (risos) poucos ou muitos leitores, pouco importa. Sê vitorioso e pensa sempre em grande.
Respeita quem aposta em ti, o teu editor, o teu amigo, seja quem for, respeita sempre, sê cordial com todos mesmo com as negas que leves, que serão muitas... e vais ver que tudo corre bem.
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
Podem acompanhar o meu trabalho nesta página. Esta é a única montra de vaidades que tenho disponível ( risos). Facebook.
Muito obrigado à Escrita Lusófona pela oportunidade de falar um pouco de mim nesta entrevista.
Emanuel Góis
Pode fazer uma pequena apresentação de si e do seu trabalho como escritor?
Emanuel Góis |
Não sou escritor nem poeta. Apenas direi que não escolho as palavras que sinto, porque as oiço da alma. A minha escrita não é mais que parte das minhas vivências.
O que o inspirou a começar a escrever?
Ninguém. Sempre existiu essa vontade desde a adolescência. Faltava era o tempo e disponibilidade para o fazer.
Qual o livro que mais o tocou até hoje?
Nenhum em especial.
Pode contar-nos um pouco mais do seu livro mais recente?
“Pedaços de escrita”, título adoptado, facilmente, retrata te o que referi acima, quer no que respeita aos temas abordados numa linguagem sem preocupações de grande construção linguística. Prefiro a espontaneidade na reprodução escrita dos sentimentos a escolher a “vaidade” de um tipo de escrita.
Já está a trabalhar num novo projeto?
Efectivamente, espero para breve a publicação de “ Cem sentidos”, contendo mais de uma centena de reflexões e pensamentos e, à semelhança dos anos anteriores, pela Primavera, novo livro de poemas a que irei dar o título de “ Já chegou o Outono”.
Paralelamente, assim me permita a disponibilidade, continuarei a trabalhar num novo livro de contos, a que chamarei – “Há vidas assim” e/ou num de ficção, com o nome “ Encontro no elevador”
Que dica(s) daria a novos escritores?
Modéstia, paciência e trabalho. Fundamentalmente, escrevam para eles próprios, sem preocupação de serem escritores comerciais.
Em que Website/blogue/página poderemos saber mais sobre o seu trabalho?
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